São Paulo, sexta-feira, 09 de novembro de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Divisão de barris

À luz do "novo patamar" alcançado pelo país em petróleo e gás natural, como frisou Dilma Rousseff na entrevista coletiva que se seguiu ao anúncio da maior reserva já descoberta pela Petrobras, o governo pretende mudar o marco legal da exploração para fazer com que as empresas não mais se limitem a pagar impostos e royalties. Nos novos contratos, elas deverão compartilhar com o Estado a produção do campo, em divisão percentual ainda por ser definida.
É essa diretriz que explica a decisão, também anunciada ontem, de excluir 41 blocos próximos à grande reserva da 9ª Rodada de Licitações, prevista para a virada do mês. No AeroLula a caminho do Rio, ministros invocavam as mudanças que foram feitas no modelo de licitação de rodovias e diziam que não faz mais sentido manter as regras atuais no setor de petróleo.

Prévia. Lula foi informado há 15 dias, durante visita à Petrobras, de que estava confirmada a descoberta de reserva de petróleo e gás sem precedentes na bacia de Santos.

Dubai é aqui. Parte da comitiva que acompanhou o presidente ontem ao Rio só ficou sabendo no vôo do tamanho da notícia que seria anunciada pouco depois na Petrobras. Diante dos queixos caídos, Lula brincou: "Parece que nós vamos entrar na Opep, não é, Dilma?

2010 vem aí. Questão de agenda ou cálculo político, o fato é que Lula se mandou do Rio para o Chile tão logo encerrados os trabalhos na Petrobras, deixando a ministra da Casa Civil sozinha no palco para divulgar a boa nova.

Showtime. Ministros como Dilma, Paulo Bernardo (Planejamento) e Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) assistiram, no "Centro de Realidade Virtual" da Petrobras, a um filme 3D sobre formação geológica da Terra e prospecção de petróleo.

Vou de táxi. Em conversa com Sérgio Cabral na Petrobras, Lula manifestou surpresa diante da informação de que há 540 mil veículos movidos a gás em circulação no Rio. "Tudo isso?", disse o presidente. "Não são só os táxis?". Lula procurou tranqüilizar o governador. Disse que haverá gás para os veículos e para os novos investimentos da indústria no Estado.

Encontro marcado. Na segunda, Lula recebe o presidente do PSDB, Tasso Jereissati, para tratar de CPMF.

Alto lá. Líderes governistas cogitaram avocar direto a emenda da CPMF para o plenário a fim de evitar o risco de derrota na CCJ. Mas acharam que isso criaria clima de disputa explícita com a oposição.

Dilema. Pedro Simon (PMDB-RS) será o fiel da balança na CCJ. Se votar pró-CPMF, o governo ganha. Se for contra, Marco Maciel (DEM-PE) desempatará pelo fim da cobrança. A aposta geral é que ele manterá o tributo dada a penúria fiscal gaúcha.

Faísca petista. O deputado federal Devanir Ribeiro rebateu artigo em que o estadual Rui Falcão critica a idéia de pôr na pauta o 3º mandato para Lula. O texto-resposta usa termos como "mentirosa" e "míope" para classificar as posições do colega de sigla.

Insulto. Adriano Diogo (PT) está na mira do Conselho de Ética da Assembléia paulista após discurso, anteontem, em que chamou muçulmanos de "assassinos". Depois pediu desculpas à comunidade e a supressão de termos ofensivos das notas taquigráficas.

Calculadora. O TSE contou: são 16, em todo o país, os deputados estaduais que trocaram de sigla depois de 27 de março, data a partir da qual ficou estabelecida a fidelidade partidária para cargos proporcionais. Estão sujeitos, portanto, à perda de mandato.

Visita à Folha. Hugo De Zela, embaixador do Peru no Brasil, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de César Seminário, vice-cônsul.

Tiroteio

As reuniões de emergência no Planalto foram de brincadeirinha? Se o gás é um "probleminha", então Lula deve estar com falta do que fazer.
De ARNALDO JARDIM (PPS-SP), integrante da Comissão de Minas e Energia da Câmara, sobre declaração do presidente a respeito do risco de desabastecimento de gás.

Contraponto

Siga as placas

Senadores do governo e da oposição passaram boa parte da tarde de ontem debatendo o projeto que prorroga a CPMF. Até Wellington Salgado (PMDB-MG), que pouco usa a tribuna, preparou um discurso para defender a proposta do Planalto. Quando começou a ler o texto, foi logo interrompido por Heráclito Fortes (DEM-PI), que queria um aparte. Salgado tentou ganhar tempo:
-Por favor, me deixe seguir, ou perco o fio da meada...
Fortes não perdeu a chance de cutucar o adversário:
-Vossa Excelência deve saber que no Senado há um departamento de achados e perdidos. É só passar lá!


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