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STF publica hoje síntese do caso mensalão
Andamento da ação depende da divulgação do acórdão; procurador-geral deve apresentar novas provas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O STF (Supremo Tribunal
Federal) deverá publicar hoje a
síntese do julgamento da denúncia no caso mensalão, chamada acórdão, 72 dias após os
ministros decidirem pela abertura do processo criminal. O
andamento da ação penal dependia dessa publicação, no
"Diário da Justiça" da União.
O acórdão tem cerca de 20
páginas com os principais pontos da decisão, tomada em cinco sessões, entre os dias 22 e 28
de agosto. A partir de agora, o
Supremo também deverá divulgar o voto completo dos 11
ministros, que somados ultrapassam 600 páginas.
O STF transformará formalmente o inquérito, que recebeu
o número 2245, em ação penal.
Os primeiros passos do processo serão o interrogatório dos 40
réus. O relator, ministro Joaquim Barbosa, autorizará juízes federais a ouvi-los na cidade onde moram. Alguns deles
poderão ser intimados ainda
neste ano. Em seguida, serão
ouvidas as testemunhas de acusação e, depois, as de defesa.
Nos próximos dias, o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, deverá apresentar oito petições com
novas provas. Ele só aguardava
a publicação do acórdão.
Uma das provas, segundo o
procurador-geral anunciou
após o julgamento, é uma perícia que comprovaria o uso de
dinheiro público no episódio
do fundo Visanet, em que a
agência publicitária DNA, do
empresário mineiro Marcos
Valério, recebeu pagamentos
com recursos da cota do Banco
do Brasil no Visanet, no valor
de R$ 73,8 milhões.
A publicação do acórdão
também permitirá que os advogados entrem com recursos
questionando pontos da decisão de abertura da ação penal.
Eles têm prazo até terça-feira
para entrar com embargos de
declaração, um tipo de recurso
no qual indicam partes da decisão onde supostamente ocorreu omissão, contradição ou
obscuridade.
O advogado de Marcos Valério, Marcelo Leonardo, disse
que entrará com pelo menos
dois embargos. Um deles questionará o suposto envio pelo
Banco Central diretamente ao
procurador-geral da República
de dados sobre movimentações
financeiras de Valério, de sócios e das empresas dele e empréstimos bancários feitos por
ele.
(SILVANA DE FREITAS)
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