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São Paulo, terça-feira, 09 de dezembro de 2003

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OUTRO LADO

Defensor vê problema na relação

DA REPORTAGEM LOCAL

O advogado da ex-mulher do juiz federal João Carlos da Rocha Mattos Norma Regina Emílio Cunha, Paulo Esteves, disse ontem que sua cliente não declarou à Receita Federal uma propriedade registrada em seu nome nos Estados Unidos porque temia que, num processo de separação judicial de Rocha Mattos, pudesse acabar "perdendo" o bem.
Segundo o advogado, Norma vivia na época "uma situação matrimonial instável com Rocha Mattos e não queria correr o risco" de registrar os imóveis adquirido em Kissimmee, nos Estados Unidos.
Norma, segundo Esteves, contou ter vendido a casa na Flórida ainda nos anos 90, em data não especificada. O dinheiro arrecadado com a negociação estaria entre os US$ 550 mil encontrados pela Polícia Federal.

Fruto de trabalho
"Esses recursos são o resultado do trabalho de Norma em vários setores, inclusive nesse setor [comercialização do imóvel]. É a soma da vida dela", contou o advogado, que não soube dizer ao certo o valor do imóvel americano.
O advogado disse não ter informações a respeito de imóveis registrados em nome do juiz Rocha Mattos nos EUA.
Paulo Esteves disse acreditar que o TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região, que daqui a poucos dias deverá se reunir para avaliar a denúncia do Ministério Público Federal sobre a existência de uma quadrilha de venda de sentenças, acabará excluindo das acusações sua cliente.

Rocha Mattos
A advogada Carla Domenico, que atua na defesa de Rocha Mattos junto com o advogado Alberto Toron, disse ontem desconhecer a apreensão de documentos que indicam propriedades do juiz em território americano.
"Não sei nada sobre isso. Não tenho nenhuma informação a respeito e não sei se tais imóveis pertencem ao juiz", disse Carla.
Segundo ela, seu cliente jamais mencionou esse assunto com seus defensores.
A Folha protocolou na Justiça Federal, no início de novembro, um pedido formal de entrevista com o juiz Rocha Mattos, Norma e as outras sete pessoas presas pela Polícia Federal na Operação Anaconda. O pedido foi encaminhado aos acusados pela juíza Raecler Baldresca. O juiz, Norma e mais quatro acusados se recusaram a receber a reportagem.
Apenas dois -o advogado Carlos Alberto da Costa Silva e o empresário Sérgio Chiamarelli- aceitaram falar com a reportagem, mas as entrevistas ainda dependem de autorização da desembargadora Therezinha Cazerta, responsável pela decretação das prisões dos acusados e pela expedição dos mandados de busca e apreensão em casas e escritórios dos suspeitos. (RV e MCC)


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