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OUTRO LADO
Defensor vê problema na relação
DA REPORTAGEM LOCAL
O advogado da ex-mulher do
juiz federal João Carlos da Rocha
Mattos Norma Regina Emílio Cunha, Paulo Esteves, disse ontem
que sua cliente não declarou à Receita Federal uma propriedade registrada em seu nome nos Estados Unidos porque temia que,
num processo de separação judicial de Rocha Mattos, pudesse
acabar "perdendo" o bem.
Segundo o advogado, Norma
vivia na época "uma situação matrimonial instável com Rocha
Mattos e não queria correr o risco" de registrar os imóveis adquirido em Kissimmee, nos Estados
Unidos.
Norma, segundo Esteves, contou ter vendido a casa na Flórida
ainda nos anos 90, em data não
especificada. O dinheiro arrecadado com a negociação estaria
entre os US$ 550 mil encontrados
pela Polícia Federal.
Fruto de trabalho
"Esses recursos são o resultado
do trabalho de Norma em vários
setores, inclusive nesse setor [comercialização do imóvel]. É a soma da vida dela", contou o advogado, que não soube dizer ao certo o valor do imóvel americano.
O advogado disse não ter informações a respeito de imóveis registrados em nome do juiz Rocha
Mattos nos EUA.
Paulo Esteves disse acreditar
que o TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região, que daqui a
poucos dias deverá se reunir para
avaliar a denúncia do Ministério
Público Federal sobre a existência
de uma quadrilha de venda de
sentenças, acabará excluindo das
acusações sua cliente.
Rocha Mattos
A advogada Carla Domenico,
que atua na defesa de Rocha Mattos junto com o advogado Alberto
Toron, disse ontem desconhecer
a apreensão de documentos que
indicam propriedades do juiz em
território americano.
"Não sei nada sobre isso. Não
tenho nenhuma informação a
respeito e não sei se tais imóveis
pertencem ao juiz", disse Carla.
Segundo ela, seu cliente jamais
mencionou esse assunto com seus
defensores.
A Folha protocolou na Justiça
Federal, no início de novembro,
um pedido formal de entrevista
com o juiz Rocha Mattos, Norma
e as outras sete pessoas presas pela Polícia Federal na Operação
Anaconda. O pedido foi encaminhado aos acusados pela juíza
Raecler Baldresca. O juiz, Norma
e mais quatro acusados se recusaram a receber a reportagem.
Apenas dois -o advogado Carlos Alberto da Costa Silva e o empresário Sérgio Chiamarelli-
aceitaram falar com a reportagem, mas as entrevistas ainda dependem de autorização da desembargadora Therezinha Cazerta, responsável pela decretação
das prisões dos acusados e pela
expedição dos mandados de busca e apreensão em casas e escritórios dos suspeitos.
(RV e MCC)
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