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"Em 2010, eu não estou mais aqui", diz Serra em São Paulo
Governador comete ato falho após Datafolha mostrar vantagem dele na corrida por 2010
Depois, o tucano explicou a fala: "Meu mandato termina em 2010. Em 2011, eu não sei onde estarei", disse ele, que comemorou a pesquisa
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Embora evite se declarar
candidato, o governador de São
Paulo, José Serra, deixou escapar ontem a disposição de concorrer à Presidência em 2010.
Durante discurso no Palácio
dos Bandeirantes, o tucano cometeu um ato falho e disse que
em 2010 não estará mais lá.
Foi no lançamento da agência Investe São Paulo. Ao listar
para empresários as medidas
adotadas para o enfrentamento
da crise, Serra consultou o presidente do IPT (Instituto de
Pesquisas Tecnológicas), João
Fernando Gomes de Oliveira,
sobre o número de pesquisadores com bolsa no exterior.
"Sessenta pesquisadores financiados pelo Estado. Eu
achava que eram mais de 100,
150", comentou Serra. Gomes
Oliveira explicou, então, que
eles chegarão a 150 em 2010.
"Mas 2010, 2011, eu não estou mais aqui", reagiu Serra, arrancando gargalhadas.
O deslize aconteceu no dia da
divulgação da mais recente pesquisa Datafolha, segundo a qual
Serra ampliou sua liderança na
disputa pela Presidência, variando de 36% a 47%, dependendo do cenário.
Ao comentar o resultado,
Serra disse que acha "bom estar
na frente em uma pesquisa".
"Mas tenho presente que faltam dois anos para a eleição e
que pesquisa é uma fotografia
do momento. Agora, estar bem
na foto não é ruim. Evidentemente, me agrada", admitiu.
Em entrevista, Serra justificou o ato falho: "O meu mandato termina em 2010. Em 2011,
eu não sei onde estarei".
"O fato é o seguinte: quero
que as coisas importantes terminem até 2010. É um sentimento natural. Se você estivesse no meu lugar, pensaria a
mesma coisa", afirmou
Apesar de eufóricos com o resultado da pesquisa -"É ótimo", comemorou o chefe da
Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira-, integrantes do governo
temem se transformar em vidraça a dois anos das eleições.
"Vamos ficar expostos nos
próximos dois anos", comentou o secretário da Fazenda,
Mauro Ricardo. Para Sidnei Beraldo (Gestão), haverá uma exigência ainda maior sobre os secretários, que terão de driblar
armadilhas da oposição.
Serra, porém, nega que o desempenho à frente do Palácio
dos Bandeirantes tenha como
meta 2010. "Quem acompanha
o meu dia-a-dia sabe que eu estou concentrado é no trabalho
de governador de São Paulo,
não em articulações nacionais.
Embora a todo momento fiquem me pondo nessas coisas",
disse o tucano.
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