São Paulo, terça-feira, 09 de dezembro de 2008

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Toda Mídia

NELSON DE SÁ - nelsondesa@folhasp.com.br

Queda-de-braço

No enunciado do UOL, "Dólar descola do cenário externo e fecha em alta". Enquanto isso, na home do "Wall Street Journal", "Dólar cai diante do euro". O otimismo com os pacotes prometidos por Barack Obama teria levado os investidores a arriscar outros mercados, daí a queda. Alta no dólar, só aqui.
O "Valor" afirma que, na "queda-de-braço travada pelos especuladores de câmbio" com o Banco Central, o alvo seria a decisão sobre juro, amanhã. A alta "serve para convencer que não é prudente começar a baixar tão cedo". Com a manobra, "os especuladores ganham tanto com o juro alto quanto com o dólar caro".

SUBIU NO TELHADO
Bob Fernandes, no Terra, se soma a Kennedy Alencar, na Folha Online, e afirma que "Henrique Meirelles subiu no telhado". A saída seria em abril, mas "as circunstâncias mudaram". Se não cair o juro, algo vai mudar "em breve".

MAIS À ESQUERDA
Já Lauro Jardim, na Veja.com, questiona "vazamentos da Fazenda e de alguns dos ministros mais à esquerda" pelo "rumor" de queda no BC. Um rumor que deve crescer, informa. "Lula e Meirelles se encontraram a sós", ontem.

A BOLSA E A CHINA

O dólar subiu, mas a Bovespa também, esta seguindo Wall Street, estimulada pelos pacotes de Obama.
Mas não só pelos EUA, no caso do Brasil. A AP noticiou como primeira razão da alta por aqui a eventual expansão do pacote de estímulo na China. E, a partir de reportagem da Folha, citou o interesse chinês em investir no pré-sal. Já a Bloomberg deu como outra razão da alta a notícia, a partir de "O Estado de S. Paulo", de que a chinesa Lenovo pode comprar a fábrica de computadores Positivo.
Quinta passada, na capa do "Financial Times", a China avisou que deixava de aplicar nos EUA em troca de outros emergentes com "políticas econômicas mais claras".

CONTRA O BRASIL

elpais.com
Venezuela, Bolívia, Paraguai e Equador, "todos contra"

O "El País", que acompanha de perto as divisões entre os países sul-americanos, onde a Espanha concentrou os seus investimentos externos, noticiou ontem que estão "Todos contra o poder do Brasil". Sublinha que Equador, Paraguai, Bolívia e Venezuela, "da esquerda mais dura da América do Sul", renegam dívidas tomadas junto ao país "e questionam a liderança de Lula" na região.
No sábado, o mesmo "El País" já havia destacado que "Começa a batalha elétrica sul-americana", a partir da "exigência de maior compensação" pela energia de Itaipu, feita pelo Paraguai. Logo abaixo, "O confronto questiona o papel brasileiro como potência regional".

AS RESERVAS

Lalo de Almeida/nytimes.com
Na foto aberta pelo "NYT", o mercado de Tabatinga

Três semanas atrás, a "Economist" publicou uma longa reportagem com elogios ao Brasil pela estratégia adotada ao lidar com os Ticuna, do Alto Solimões. "Os resultados da política de reservas na área são impressionantes... As reservas são um ponto alto na história dos contatos [com índios] no Brasil." O site da revista voltou a postar sobre a região, ontem, com um "diário de correspondente".
E no domingo foi a vez do "New York Times", abrindo alto de página no primeiro caderno com o enunciado "Uma tribo no Brasil se esforça no cruzamento de drogas e culturas". O jornal desenha um quadro menos otimista para os Ticuna, dizendo que a área virou foco do tráfico de drogas, na fronteira com o Peru e a Colômbia.

A TENSÃO CRESCE
As reportagens no exterior antecedem a decisão a ser tomada pelo Supremo sobre a reserva Raposa Serra do Sol, a partir de amanhã. O enviado da BBC Brasil relata como "a tensão cresce", à espera.

A META, AFINAL
Por outro lado, no final da semana, "Washington Post", em longo texto, e outros prosseguiram com os elogios ao plano brasileiro que fechou a meta de 70% de corte no desmatamento da floresta.

"BROKE"
nytimes.com


A rede Tribune abriu falência, mas a manchete do site Drudge, "News is broke" (o jornalismo quebrou), linkou para a hipoteca do "NYT" sobre seu prédio novo


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@ - Nelson de Sá



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