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Rondônia ameaça decretar moratória
Governador Ivo Cassol quer que governo federal deixe de cobrar dívida de R$ 12 mi do extinto Banco do Estado de Rondônia
Ministério da Fazenda, por meio da assessoria, informa que não vai se manifestar enquanto a ameaça de moratória não acontecer
MATHEUS PICHONELLI
DA AGÊNCIA FOLHA
O governador de Rondônia,
Ivo Cassol (sem partido),
ameaça suspender o pagamento da dívida do Estado com a
União caso o Ministério da Fazenda desconte, hoje, do FPE
(Fundo de Participação dos Estados), cerca de R$ 12 milhões
para pagamento da parcela de
dívida do extinto Beron (Banco
do Estado de Rondônia) com o
governo federal.
Cassol disse à Folha que está
disposto a declarar moratória e
a entrar na Justiça para interromper os descontos. Afirma
que a dívida, hoje em
R$ 600 milhões, segundo ele,
vem sendo paga há oito anos, e
que mais de R$ 800 milhões já
foram repassados à União. O
Ministério da Fazenda, por
meio de sua assessoria, informou que não vai se manifestar
enquanto a ameaça de moratória não for concretizada.
Pelos cálculos do governo de
Rondônia, restariam ainda 22
anos para a quitação da dívida,
o que levaria a um desembolso
total de R$ 10 bilhões.
Cassol sustenta seu pleito na
aprovação em dezembro pelo
Senado, em votação simbólica,
após a Casa rejeitar a prorrogação da cobrança da CPMF, de
relatório do senador Expedito
Júnior (PR-RO) que pedia a
suspensão da dívida.
"Se o governo federal não
respeitar uma decisão soberana do Senado, vai ser um despeito ao Estado de Rondônia e
ao Legislativo", disse Cassol.
Segundo o governo de Rondônia, a dívida do Beron com a
União subiu de R$ 50 milhões
para R$ 420 milhões durante o
Raet (Regime de Administração Especial Temporária) do
Banco Central na instituição,
que começou em 1995 e durou
três anos. O débito hoje gira em
torno de R$ 600 milhões.
"Não queremos esmola e
nem dar calote. Queremos o
que é de direito: que seja corrigido um erro cometido pela
União anos atrás", disse Cassol,
em referência à intervenção do
BC. O governador tenta renegociar a dívida do Beron desde
o início de seu primeiro mandato, em 2003.
O senador Expedito Júnior
afirmou ontem que havia
conversado com o presidente
do Senado, Garibaldi Alves
(PMDB-RN), que, de acordo
com ele, tentava intermediar
uma solução para o problema
de Rondônia com a União.
Na avaliação do senador, o
caso pode provocar desgaste
para o governo federal.
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