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Doação cai, e programa depende de boi "pirata"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Sem a propaganda do início
do primeiro mandato de Luiz
Inácio Lula da Silva, o Fome
Zero teve de contar com o leilão
do boi "pirata", apreendido no
combate ao desmate na Amazônia, para evitar que doações
em dinheiro praticamente desaparecessem no ano passado.
Em 2009, animais criados
em área de desmatamento ilegal garantiram 70% (R$ 1,2 milhão) do arrecadado pelo Fundo de Combate e Erradicação
da Pobreza. Ainda assim, o valor representou só 20% do dinheiro doado em 2003, segundo o Tesouro Nacional.
Os R$ 15,6 milhões doados ao
Fome Zero em sete anos foram
integralmente repassados ao
programa de construção de cisternas no Nordeste. Segundo a
ONG Articulação do Semi-Árido Brasileiro, que toca o programa, o dinheiro bancou
228.196 cisternas nesse período -menos da quarta parte da
meta de construir 1 milhão de
cisternas em cinco anos.
Algumas doações indicam o
prestígio com que o Fome Zero
já contou. Foi o caso das três
guitarras doadas por George
Benson, Lenny Kravitz e Bono,
o líder do U2. A de Kravitz rendeu R$ 322 mil, enquanto as
demais renderam R$ 50 mil,
num leilão promovido em 2007
pela Fiesp e que incluiu camisas autografadas da seleção de
vôlei e obras de arte. No auge da
popularidade, o programa mobilizou até socialites no Rio.
Parte das doações em dinheiro veio do exterior, informou o
Ministério do Desenvolvimento Social. Doações em alimentos são livres de tributos.
O secretário de Articulação
Institucional e Parcerias do ministério, Ronaldo Garcia, conta
com novas doações de bois e
madeira apreendidos no combate ao desmatamento ilegal.
"Houve um momento de maior
engajamento, com propaganda
inclusive, mas arrefeceu."
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