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SÃO PAULO
Ministros de FHC, tucanos, petistas e opositores querem prestigiar governador, ainda em tratamento médico
Covas toma posse com secretariado antigo
CLÁUDIA TREVISAN
PATRÍCIA ANDRADE
da Reportagem Local
Oitenta e quatro ônibus, cerca de
3.000 pessoas, um telão, dezenas
de caciques tucanos e até pagamento de promessa darão o tom
da posse de Mário Covas hoje, na
Assembléia Legislativa.
Com o objetivo de prestigiar o
governador, que se recupera de
uma cirurgia, integrantes do PSDB
de outros Estados já confirmaram
a presença na solenidade.
Pelo menos sete ministros de
Fernando Henrique Cardoso estarão na cerimônia: Celso Lafer (Desenvolvimento), Pimenta da Veiga
(Comunicações), Paulo Renato
Souza (Educação), Clóvis Carvalho (Casa Civil), Bresser Pereira
(Ciência e Tecnologia),Rafael Greca (Esportes e Turismo) e Raul
Jungmann (Política Fundiária).
Além disso, virão os governadores tucanos Almir Gabriel (PA),
Dante de Oliveira (MT) e Marconi
Perillo (GO), integrantes da direção nacional do PSDB e parlamentares do partido de outros Estados.
"Vamos comparecer em peso para dar apoio. Será uma presença de
aplauso", disse Teotonio Vilela Filho, presidente nacional do PSDB.
Mas a festa não será só tucana.
Marta Suplicy (PT), que quase derrotou Covas na disputa por um lugar no segundo turno, confirmou
presença com seu marido, senador
Eduardo Suplicy (PT). Outro petista que vai comparecer é o deputado federal José Genoino. Os três
apoiaram a candidatura do tucano
contra Paulo Maluf (PPB).
"Vou à posse porque ajudei a eleger Covas", disse Marta.
Cotada para o secretariado de
Covas, a deputada federal eleita
Luiza Erundina (PSB) também estará na solenidade.
O prefeito de São Paulo, Celso
Pitta (PPB), que ensaia um distanciamento de Maluf, é outro político que acompanhará a posse.
²
Militância
O plenário da Assembléia, onde
será realizada a cerimônia, tem capacidade para cerca de 500 pessoas
(incluindo a galeria).
Em razão disso, a militância do
PSDB promete fazer sua própria
festa no estacionamento da Assembléia, onde haverá um telão.
Edson Marques, coordenador do
Núcleo de Ação Popular do PSDB,
avalia que 84 ônibus sairão de várias regiões da periferia de São
Paulo em direção ao local da posse.
Integrantes do núcleo esperam
aproveitar a ocasião para pagar
uma promessa pela recuperação
de Covas: reunir 5.000 militantes
para aplaudir Jesus por três minutos ininterruptos. Tudo dependerá
do número de pessoas que acompanharão a posse hoje.
O governador ganhou uma eleição difícil e, no dia 14 de dezembro,
passou por cirurgia de nove horas,
na qual foram retiradas a bexiga e a
próstata. Covas chorou ao deixar o
hospital, em 28 de dezembro, depois de 25 dias internado.
"Pretendíamos fazer uma solenidade simples, mas militantes de todo o Estado começaram a ligar e
manifestaram o desejo de acompanhar a posse", afirmou o deputado
federal José Anibal (PSDB).
Segundo o presidente estadual
do partido, Antônio Carlos Mendes Thame, serão tomadas todas as
medidas necessárias para evitar
que as pessoas se aproximem do
governador.
"As autoridades não vão cumprimentá-lo e o telão será instalado
para os que querem ver a posse não
se sintam alijados", disse Thame.
Segundo a assessoria do Palácio
dos Bandeirantes, não há nenhuma previsão de anúncio do novo
secretariado. Covas deve assumir
com a atual equipe e modificá-la
nas próximas semanas.
Devido aos problemas de saúde
do governador, tucanos acreditam
que ele poderá tirar uma licença
depois da posse. Ele assume a função hoje por uma exigência jurídica. Se isso não ocorresse, o cargo
poderia ser declarado vago.
"Não há nada de anormal no fato
de ele vir a tirar uma licença. O governador tem que cuidar de sua
saúde", disse o líder do governo federal na Câmara, deputado Arnaldo Madeira (PSDB-SP).
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