|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Alckmin cobra coerência entre discurso e prática
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin
(PSDB), usou um elogio ao
governador Mario Covas,
morto em 2001, para fazer
uma crítica indireta ao PT
no momento em que o partido comemora 25 anos. Para
o tucano, "há um precipício"
entre falar e agir e é necessário que líderes políticos tenham coerência, sob pena
de perderem a credibilidade.
Questionado sobre eventuais diferenças entre o PT
atual e o de 25 anos atrás,
Alckmin fez um contraponto a favor de seu partido e de
suas lideranças. Antes, porém, frisou que não é "especialista" em PT. "Sempre fui
um grande fã do governador
Covas por sua coerência, pelo [modo como ele] falava e
agia. Ele teve uma trajetória
retilínea e coerente."
"Às vezes, há um verdadeiro precipício entre falar e fazer. E isso é o que reduz a
credibilidade dos que se dedicam à vida pública", disse
o tucano, sem citar, especificamente, o presidente Lula
ou outros petistas.
O governador paulista
lembrou, ainda, de outra figura histórica do PSDB, o
ex-governador Franco Montoro, para reforçar a comparação entre seu partido e o
PT, sempre sem nomear explicitamente a legenda política do presidente Lula.
"É questão de qualidade de
vida pública e de coerência
não agir ao sabor dos ventos,
mas baseado em convicção e
no interesse público."
Alckmin disse não acreditar que o governo vá dificultar a liberação de recursos
para o Estado, como empréstimos do BNDES, por
causa das eleições em 2006.
"Tenho confiança em que
não haverá decisão eleitoral
discriminatória", disse.
A Folha informou ontem
que o presidente Lula deu
ordens aos ministros Antonio Palocci (Fazenda) e Guido Mantega (BNDES) para
dar tratamento duro a reivindicações de Alckmin.
O governador informou
que pleiteia dois empréstimos do banco de fomento
estatal: recursos para o metrô paulistano e para capitalização da Cesp (Centrais
Elétricas de São Paulo). De
acordo com Alckmin, o projeto de ampliação do metrô
já foi aprovado pela área técnica do BNDES e só falta
uma decisão da diretoria.
"O que pedimos é um empréstimo, que será pago com
juros e correção monetária",
disse, observando que "se o
BNDES financia o metrô da
Venezuela, por que não pode financiar o de São Paulo?"
"Acreditamos que o financiamento vai sair porque
não há razão para acreditarmos na veracidade desta
matéria porque não tem declaração formal do governo", disse, referindo-se à notícia de ontem da Folha.
Texto Anterior: Neo-aliados elogiam partido, mas esquerda petista cobra mudanças Próximo Texto: Toda mídia: No Tejo Bar Índice
|