São Paulo, quinta-feira, 10 de fevereiro de 2005

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Alckmin cobra coerência entre discurso e prática

CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), usou um elogio ao governador Mario Covas, morto em 2001, para fazer uma crítica indireta ao PT no momento em que o partido comemora 25 anos. Para o tucano, "há um precipício" entre falar e agir e é necessário que líderes políticos tenham coerência, sob pena de perderem a credibilidade.
Questionado sobre eventuais diferenças entre o PT atual e o de 25 anos atrás, Alckmin fez um contraponto a favor de seu partido e de suas lideranças. Antes, porém, frisou que não é "especialista" em PT. "Sempre fui um grande fã do governador Covas por sua coerência, pelo [modo como ele] falava e agia. Ele teve uma trajetória retilínea e coerente."
"Às vezes, há um verdadeiro precipício entre falar e fazer. E isso é o que reduz a credibilidade dos que se dedicam à vida pública", disse o tucano, sem citar, especificamente, o presidente Lula ou outros petistas.
O governador paulista lembrou, ainda, de outra figura histórica do PSDB, o ex-governador Franco Montoro, para reforçar a comparação entre seu partido e o PT, sempre sem nomear explicitamente a legenda política do presidente Lula.
"É questão de qualidade de vida pública e de coerência não agir ao sabor dos ventos, mas baseado em convicção e no interesse público."
Alckmin disse não acreditar que o governo vá dificultar a liberação de recursos para o Estado, como empréstimos do BNDES, por causa das eleições em 2006. "Tenho confiança em que não haverá decisão eleitoral discriminatória", disse.
A Folha informou ontem que o presidente Lula deu ordens aos ministros Antonio Palocci (Fazenda) e Guido Mantega (BNDES) para dar tratamento duro a reivindicações de Alckmin.
O governador informou que pleiteia dois empréstimos do banco de fomento estatal: recursos para o metrô paulistano e para capitalização da Cesp (Centrais Elétricas de São Paulo). De acordo com Alckmin, o projeto de ampliação do metrô já foi aprovado pela área técnica do BNDES e só falta uma decisão da diretoria.
"O que pedimos é um empréstimo, que será pago com juros e correção monetária", disse, observando que "se o BNDES financia o metrô da Venezuela, por que não pode financiar o de São Paulo?"
"Acreditamos que o financiamento vai sair porque não há razão para acreditarmos na veracidade desta matéria porque não tem declaração formal do governo", disse, referindo-se à notícia de ontem da Folha.

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