|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ex-dirigentes de fundo têm bens bloqueados
Perícia pedida pela Justiça apura prejuízo de R$ 29 milhões no Nucleos, investigado pela CPI dos Correios
LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Justiça Federal determinou o bloqueio dos bens de
quatro ex-dirigentes do fundo
de pensão Nucleos (estatais nucleares) no governo do PT, investigados na CPI dos Correios
por suspeitas de terem alimentado o "valerioduto".
A decisão, publicada na quinta-feira, baseou-se em perícia
encomendada pela Justiça que
apurou prejuízo ao fundo, entre 2004 e 2005, no valor de
R$ 28,52 milhões. No período,
estavam no comando da fundação Paulo Roberto Almeida Figueiredo (presidente), Gildásio
Amado Filho (diretor financeiro), Abel Almeida (diretor de
benefícios) e Fabiana Carneiro
Castro (gerente financeira).
"Conforme concluiu o perito
(...), os títulos públicos foram
adquiridos com valor superior
ao praticado no mercado (...),
sendo que a operação para tal
aquisição foi realizada fora dos
padrões determinados", escreveu a juíza federal substituta da
22ª Vara Federal, Lilea Pires de
Medeiros, ao conceder liminar.
O Nucleos surgiu como um
dos principais alvos da CPI
após uma série de reportagens
publicadas pela Folha sobre
suspeitas de desvios na fundação supostamente patrocinados pelo ex-secretário do PT e
ex-assessor de José Dirceu
Marcelo Sereno.
Um dos exemplos da ingerência exercida por Sereno no
Nucleos foi confirmada por um
documento obtido pela Folha
em 2005. Em outubro de 2004,
Sereno pediu a Gildásio (diretor financeiro) que recebesse o
gestor de uma administradora
de recursos que fazia operações para fundos de pensão.
A demanda de Sereno foi
anotada por uma das secretárias do Nucleos, respondida
por Gildásio no mesmo bilhete.
O operador de mercado financeiro Christian de Almeida
Rego foi apontado pela CPI como um dos maiores beneficiários das perdas do Nucleos. Ele
é primo de Fabiana Castro (ex-gerente financeira) e conhecido de Sereno. Este foi ao casamento de Christian, em 2004.
A SPC (Secretaria de Previdência Complementar) e uma
auditoria encomendada pela
nova direção do Nucleos haviam identificados grandes
perdas na gestão dos acusados.
No final de 2005, a SPC considerou que a diretoria passada
agiu com "negligência" ao fazer
aplicações no Banco Santos
que resultaram em prejuízo de
R$ 7 milhões. A auditoria constatou perdas de R$ 22,7 milhões entre 2004 e 2005.
Texto Anterior: PT: Ex-prefeita diz apoiar plebiscitos, mas nas regras atuais Próximo Texto: Dirigente nega ter havido desvio na sua gestão Índice
|