São Paulo, sábado, 10 de fevereiro de 2007

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Vaticano afirma que frei Galvão pode ser canonizado no Brasil

Mestre de cerimônias litúrgicas do papa diz que Bento 16 pode santificar religioso brasileiro durante visita a São Paulo, em maio

Canonizações costumam ser feitas apenas no Vaticano; é a 1ª vez que membro da Santa Sé diz que frei Galvão pode ser santificado no país


LEANDRO BEGUOCI
DA REPORTAGEM LOCAL

Pela primeira vez, uma pessoa próxima ao papa afirma que frei Galvão pode ser canonizado durante a visita de Bento 16 ao Brasil, em maio deste ano.
D. Piero Marini, mestre de cerimônias litúrgicas papais desde 1987, disse ontem que há chances concretas de a missa de santificação acontecer no país. O bispo italiano fica no Brasil até a próxima segunda-feira para averiguar os locais por onde Bento 16 passará.
Ontem, esteve no Estádio do Pacaembu (onde deve acontecer um encontro do papa com os jovens), no Campo de Marte e na Catedral da Sé. D. Piero é quem organiza as cerimônias religiosas do papa. Se a santificação ocorrer de fato no Brasil, será na missa em São Paulo, no Campo de Marte, no dia 11 de maio deste ano.
"A possibilidade é concreta, mas ainda não é certa", disse d. Piero. "O povo quer que a canonização seja feita no Brasil, mas ainda é preciso esperar uma reunião no próximo dia 23 de fevereiro para saber se vai mesmo acontecer aqui."
No dia 23 deste mês ocorre um consistório (reunião de cardeais presidida pelo papa) em que os bispos irão decidir onde e quando será feita a canonização de frei Galvão e de outros três santos, de outros países.
Se a santificação acontecer no Brasil, será uma exceção. Sob João Paulo 2º, as beatificações (primeiro passo antes do reconhecimento da santidade) e canonizações ocorriam apenas no Vaticano. Bento 16 abrandou a regra e permitiu que as beatificações ocorressem nos países dos beatos.
Segundo a Folha apurou, a canonização em São Paulo do primeiro santo nascido no país seria tanto um sinal de apreço do papa por d. Cláudio Hummes, ex-arcebispo de SP e atual "ministro" do sumo pontífice na Santa Sé, quanto uma medida simbólica: mostrar que a igreja está atenta ao Brasil.
A d. Cláudio é atribuída a visita do papa. Em 2006, o cardeal brasileiro esteve com Bento 16 e lhe contou que o catolicismo no país estava perdendo fiéis para as igrejas evangélicas. Nesta reunião, o papa teria decidido vir ao Brasil.


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