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Vaticano afirma que frei Galvão pode ser canonizado no Brasil
Mestre de cerimônias litúrgicas do papa diz que Bento 16 pode santificar religioso brasileiro durante visita a São Paulo, em maio
Canonizações costumam ser feitas apenas no Vaticano; é a 1ª vez que membro da
Santa Sé diz que frei Galvão pode ser santificado no país
LEANDRO BEGUOCI
DA REPORTAGEM LOCAL
Pela primeira vez, uma pessoa próxima ao papa afirma que
frei Galvão pode ser canonizado durante a visita de Bento 16
ao Brasil, em maio deste ano.
D. Piero Marini, mestre de
cerimônias litúrgicas papais
desde 1987, disse ontem que há
chances concretas de a missa
de santificação acontecer no
país. O bispo italiano fica no
Brasil até a próxima segunda-feira para averiguar os locais
por onde Bento 16 passará.
Ontem, esteve no Estádio do
Pacaembu (onde deve acontecer um encontro do papa com
os jovens), no Campo de Marte
e na Catedral da Sé. D. Piero é
quem organiza as cerimônias
religiosas do papa. Se a santificação ocorrer de fato no Brasil,
será na missa em São Paulo, no
Campo de Marte, no dia 11 de
maio deste ano.
"A possibilidade é concreta,
mas ainda não é certa", disse d.
Piero. "O povo quer que a canonização seja feita no Brasil, mas
ainda é preciso esperar uma
reunião no próximo dia 23 de
fevereiro para saber se vai mesmo acontecer aqui."
No dia 23 deste mês ocorre
um consistório (reunião de cardeais presidida pelo papa) em
que os bispos irão decidir onde
e quando será feita a canonização de frei Galvão e de outros
três santos, de outros países.
Se a santificação acontecer
no Brasil, será uma exceção.
Sob João Paulo 2º, as beatificações (primeiro passo antes do
reconhecimento da santidade)
e canonizações ocorriam apenas no Vaticano. Bento 16
abrandou a regra e permitiu
que as beatificações ocorressem nos países dos beatos.
Segundo a Folha apurou, a
canonização em São Paulo do
primeiro santo nascido no país
seria tanto um sinal de apreço
do papa por d. Cláudio Hummes, ex-arcebispo de SP e atual
"ministro" do sumo pontífice
na Santa Sé, quanto uma medida simbólica: mostrar que a
igreja está atenta ao Brasil.
A d. Cláudio é atribuída a visita do papa. Em 2006, o cardeal brasileiro esteve com Bento 16 e lhe contou que o catolicismo no país estava perdendo
fiéis para as igrejas evangélicas.
Nesta reunião, o papa teria decidido vir ao Brasil.
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