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Em 6 anos, Paraná multiplica por 4 os cartões corporativos
Em Minas, apenas uma empresa estatal usa cartão, mas os gastos com diárias estão crescendo; o Rio não usa o sistema
Idéia de implantar cartões corporativos é estudada
pelo governo do Ceará e pela Prefeitura de Fortaleza,
mas falta definir limites
DIMITRI DO VALLE
THIAGO GUIMARÃES
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA, EM BELO HORIZONTE, EM FORTALEZA
O número de cartões corporativos no governo do Paraná
quadruplicou num período de
seis anos. Criado em 2001, o
cartão foi emitido inicialmente
para cerca de 3.000 servidores,
mas o cadastro oficial da Secretaria de Estado da Administração aponta que hoje 11.800 funcionários têm acesso ao cartão
corporativo.
O efetivo corresponde a 10%
do quadro de servidores estaduais do Paraná. A proliferação
do cartão corporativo desperta
debates no Estado há quase
dois anos. A oposição ao governo de Roberto Requião
(PMDB) tenta saber desde
2006 quais os tipos de gastos
que são feitos com os cartões
corporativos. A resposta veio
no final do ano passado na forma de uma lista com a relação
de nomes dos servidores autorizados a usá-lo.
Em levantamento paralelo
feito pela bancada oposicionista, constatou-se que, entre janeiro e setembro do ano passado, os gastos com o cartão alcançaram R$ 18,8 milhões.
Segundo o TCE (Tribunal de
Contas do Estado), as fiscalizações feitas até o momento não
encontraram irregularidades
no uso dos cartões.
Minas
O governo de Minas não usa
cartões de pagamento de despesas na administração direta,
nas autarquias e nas fundações.
O uso é autorizado em apenas
uma das 16 empresas estatais, a
Emater (Empresa de Assistência e Extensão Rural).
Segundo o governo, os cartões são de uso de técnicos agrícolas -a titularidade é vedada a
diretores-, para pagamento de
hospedagem, combustível, tarifas públicas e material de escritório e limpeza.
Os dados, da Auditoria Geral
do Estado, mostram evolução
dos gastos com diárias no primeiro mandato de Aécio Neves
(PSDB). As despesas subiram
60% de 2004 a 2006, de R$ 43,3
milhões para R$ 69,3 milhões.
Em 2007, informou a assessoria do governo, os gastos ficaram em R$ 60,4 milhões.
Ceará
A idéia de implantar cartões
corporativos para compras
emergenciais e de pequeno valor, que dispensam licitação, foi
seguida tanto pelo governo do
Ceará como pela Prefeitura de
Fortaleza.
Ambos até já assinaram contrato com o Banco do Brasil para manter o serviço, mas alegam ainda não ter colocado o
cartão em prática porque precisam definir os limites.
No caso da prefeitura, comandada por Luizianne Lins
(PT), há a intenção de fazer um
manual do uso do cartão antes
de distribuí-lo a servidores.
No governo do Estado, segundo o secretário da Casa Civil, Arialdo Pinho, está em estudo um sistema que limitaria as
compras de acordo com a função do funcionário que detiver
o cartão corporativo, tudo automaticamente.
Rio
O governo do Estado do Rio
de Janeiro não adotou o uso
dos cartões corporativos. Nem
o governador nem os secretários de Estado contam com cartões de crédito ou de débito para o pagamento de despesas urgentes ou viagens.
São Paulo
O governo José Serra (PSDB)
afirma que no Estado há "um
sistema eletrônico para a realização de despesas do dia-a-dia,
como compra de combustíveis,
peças para automóveis e suprimentos de informática", que
não são cartões corporativos.
Secretário da Casa Civil,
Aloysio Nunes Ferreira Filho
(PSDB) afirmou: "Os nossos
cartões têm uso limitado. Não
podem ser utilizados em restaurantes nem em despesas
pessoais. São cartões de débito,
não de crédito".
No entanto, há indícios de
que os cartões de débito paulistas possam ter sido utilizados
em compras diferentes de sua
finalidade.
Colaborou a Sucursal do Rio
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