São Paulo, quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Reajuste modifica contribuição para Previdência

VERENA FORNETTI
DA REDAÇÃO

Caso o reajuste proposto pelo governo paulista seja aprovado pela Assembleia Legislativa, os pisos no Estado, que variam de R$ 505 a R$ 545, oscilarão de R$ 560 a R$ 580. Com isso, serão alteradas as contribuições que empregadores e trabalhadores fazem à Previdência.
Desde 2007, São Paulo adota um mínimo regional. Segundo o governo, o objetivo é proteger os trabalhadores que não pertencem a categorias profissionais organizadas em sindicatos.
Esse é mais um esforço do governador José Serra para se aproximar dos eleitores de menor renda. Em discursos, Serra já enfatizou ações de melhoria do transporte metropolitano e do ensino técnico, relacionando-as à preocupação com a classe trabalhadora.
"Isso representa um ganho substancial para os trabalhadores da menor escala salarial, como domésticos e serventes. Na prática, o mais importante é a primeira faixa de renda", disse.
A estimativa do governo é que o mínimo beneficie cerca de 1,4 milhão de trabalhadores.
Segundo o IBGE, em 2008 (último dado disponível), cerca de 70% das pessoas ocupadas no Estado ganhavam mais de R$ 580 -mais que o maior piso proposto pelo governo paulista.
O reajuste não altera o valor recebido pelos aposentados e pensionistas, pois seus salários são pagos pela Previdência, que segue o valor federal.
Não há previsão para que a Assembleia Legislativa vote o projeto. A expectativa de Serra é que seja ainda neste mês.
José Silvestre de Oliveira, coordenador de relações sindicais do Dieese, diz que a elevação do piso tem impacto considerável, mas destaca que, no Estado, a maioria dos trabalhadores está vinculada a negociações de acordos coletivos.
O consultor Mario Avelino, fundador do site Doméstica Legal, diz que, no caso das domésticas, enquadradas na primeira faixa do mínimo paulista, o aumento afeta bastante o empregador. "Quem geralmente emprega domésticas é a classe média, que recebe pouco acima da inflação nos seus acordos coletivos. Mas seria raro um empregador demitir por causa de um reajuste de 10%."


Texto Anterior: Pergunta da TV Brasil irrita tucano
Próximo Texto: Pelo país: Piso no Paraná é o maior entre salários mínimos regionais
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.