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PF acha R$ 625 mil com aliados de governador
FILIPE COUTINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Polícia Federal apreendeu
na operação Caixa de Pandora
cerca de R$ 625 mil nas casas
dos principais aliados do governador José Roberto Arruda
(sem partido), suspeito de comandar o mensalão do DEM,
um esquema no governo do
Distrito Federal de pagamento
de propina a políticos.
A Folha teve acesso às analises da PF sobre o material encontrado. Os policiais federais
acharam R$ 85 mil na casa do
ex-presidente da Câmara Legislativa do DF Leonardo Prudente (sem partido) -filmado
colocando dinheiro nas meias.
O deputado renunciou à presidência da Câmara Legislativa
no dia 25 de janeiro.
Cerca de R$ 20 mil estavam
num "cofre dissimulado" escondido no quarto da filha do
deputado. Outros R$ 56 mil foram guardados dentro do motor da banheira de hidromassagem do quarto de Prudente.
No dia da operação, 27 de novembro passado, a PF flagrou
um dos filhos de Prudente tentando fugir com cerca de
R$ 9.000 em uma mala "retirada furtivamente sem autorização". Segundo a assessoria do
deputado distrital, o dinheiro
foi declarado no Imposto de
Renda. Afirma também que ele
mesmo revelou onde o dinheiro estava e que os R$ 9.000
pertenciam ao seu filho.
O maior volume de dinheiro
foi encontrado na casa da deputada Eurides Brito (PMDB),
filmada colocando dinheiro na
bolsa. Ela mantinha em casa
cerca de R$ 244 mil e outros
US$ 9.000. Sua assessoria de
imprensa afirma que ela guarda dinheiro em casa por "hábito". Diz também que declarou à
Receita Federal todos os valores que guardava.
Na casa de José Geraldo Maciel, ex-chefe da Casa Civil, a
PF achou R$ 38 mil. Em depoimentos à Justiça, Durval Barbosa, delator do mensalão, afirma que Maciel era o responsável por distribuir propina à base aliada de Arruda. O ex-chefe
da Casa Civil não ligou de volta.
Na residência de Domingos
Lamoglia, ex-chefe de gabinete
de Arruda, foram encontrados
R$ 135 mil. Ele foi filmado por
Barbosa recebendo dinheiro.
No mesmo vídeo, aparece
Omézio Pontes, ex-assessor de
imprensa de Arruda. Na casa
dele, a PF apreendeu US$ 22,9
mil e 5.100 euros, o que corresponde a R$ 55,6 mil. Procurados, Pontes e Lamoglia não ligaram de volta.
A PF fez apreensão até no
anexo da residência oficial de
Arruda, onde encontrou R$ 33
mil no gabinete de Fábio Simão, então chefe de gabinete
de Arruda. Na casa dele, os federais acharam mais R$ 25 mil.
O montante achado no gabinete tem a mesma série do dinheiro pego por Durval Barbosa com empresas que supostamente pagavam propina. Simão afirma que o dinheiro era
dele e que foi declarado, mas se
recusou a dar mais detalhes.
Entre o material apreendido,
chamou atenção dos investigadores da Polícia Federal a anotação "R$ 17.700 Arruda" em
agenda da secretária de Simão.
A assessoria de Arruda afirma
que as anotações são a respeito
de um reembolso de uma passagem para o Japão.
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