|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CAMPO MINADO
Aracruz ainda calcula prejuízo causado por depredação no RS
Invasão foi barbárie, diz empresa
Marcos Michael/JC Imagem
|
|
SALÁRIO Trabalhadores ligados ao MST protestaram na Fazenda Canadá (PE), de criação de avestruzes,
por trabalhadores da propriedade que dizem estar sem salários; no CE, a fazenda Chorozinho foi invadida
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O prejuízo causado pela depredação do horto florestal da Aracruz Celulose na manhã de anteontem por mulheres ligadas à
Via Campesina, em Barra do Ribeiro (RS), pode chegar a milhões
de dólares, disse a empresa.
Preocupado, o governo gaúcho
tentava evitar a perda de um investimento de US$ 1,2 bilhão
mostrando agilidade nas investigações. O governador interino,
Antônio Hohfeldt (PMDB),
anunciou que seis dos 37 ônibus
que conduziram os invasores já tiveram as placas identificadas.
Nota da Aracruz apontou "perda de aproximadamente 1 milhão
de mudas prontas para plantio e 4
milhões de mudas revolvidas. O
laboratório teve suas instalações
totalmente destruídas, especialmente sementes e pesquisas". A
destruição do laboratório causou
prejuízos de US$ 400 mil e "representa perda ainda não determinada em produtividade florestal da
ordem de milhões de dólares, decorrente da perda de materiais genéticos que levaram cerca de 15
anos para serem produzidos".
O secretário de Desenvolvimento, Luís Roberto Ponte, disse que
""se a sociedade não repudiar esse
ato, isso será mortal para as negociações com os investidores".
O diretor operacional da Aracruz, Walter Lidio Nunes, disse
que não há intenção de cancelar
investimentos: ""Esse ato de barbárie é alienígena ao ambiente do
Rio Grande do Sul. Vamos manter nossos estudos no Estado".
O PT gaúcho chamou a ação de
"equivocada". O ministro Miguel
Rossetto (Desenvolvimento
Agrário) condenou a invasão: ""As
imagens mostram cenas de inaceitável violência e ferem a consciência democrática de todos os
brasileiros". E disse: ""É inaceitável substituir o argumento pela
destruição violenta e a troca de
idéias pela intolerância".
Representantes da CNBB também criticaram a invasão. "Foi
uma ação lastimável, um equívoco", disse o bispo de Jales (SP), d.
Demétrio Valentini. Para d. Aldo
Di Cillo Pagotto, arcebispo da Paraíba, "foi um ato execrável e abominável". A ação, porém, foi elogiada por d. Tomás Balduíno,
presidente da CPT, que a classificou de "altamente positiva".
Colaborou EDUARDO SCOLESE, da Sucursal de Brasília
Texto Anterior: Caso Santo André: Testemunha liga preso resgatado a crime Próximo Texto: Sem-terra invadem mais duas fazendas Índice
|