São Paulo, sábado, 10 de março de 2007

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CNBB critica declarações de Lula sobre preservativos

Nota divulgada ontem diz que a igreja discorda do presidente e não é hipócrita

Entidade diz ser coerente e que orientação aos jovens cabe primeiramente aos pais; petista fez referência à igreja ao falar sobre sexo


DA REDAÇÃO

A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) divulgou ontem uma nota criticando as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, nesta semana, citou a Igreja Católica ao falar sobre sexo.
No texto, a entidade afirma não concordar com a forma com que o presidente "abordou o problema do uso dos preservativos" e diz que a igreja não é hipócrita. "Somos coerentes."
Na quarta-feira, o petista afirmara no Rio de Janeiro que "preservativo tem que ser doado e ensinado como usar". Disse ainda que o Dia Internacional da Mulher seria o dia da hipocrisia. "Hipocrisia porque muitas vezes deixamos de debater os temas da forma verdadeira, como tem que ser debatido, por puro preconceito. Minha mãe não gosta, meu pai não gosta, a igreja não gosta, não sei quem não gosta."
"A posição da igreja é clara. Sempre o foi. Não mudou, nem mudará. Não repetiremos continuamente nosso parecer a esse respeito. O modo de educar nossos adolescentes e jovens não pode ser feito com base no permissivismo, incitando-os a um comportamento desregrado", diz trecho do documento.
O discurso do presidente foi feito no lançamento da campanha do governo para a proteção da mulher contra a Aids. "[Sexo] é uma necessidade orgânica, uma necessidade da espécie humana e da espécie animal. Como não temos controle disso, o que precisamos é educar no momento certo", afirmou.
A resposta da CNBB: "Precisamos educá-los [os jovens] baseados em bons princípios consistentes. Essa orientação cabe em primeiro lugar aos pais. O filho encontra na família a primeira e mais importante fonte de formação desses princípios e valores humanos", afirma.
Se dirigindo diretamente ao presidente, a CNBB afirma que, "quando os pais amam assim, não estão sendo hipócritas. E a igreja defende os direitos originários dos pais". "Não somos hipócritas. Nem o fomos. Nem o seremos. Somos coerentes", conclui a entidade.


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