São Paulo, segunda-feira, 10 de março de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Palestra motivacional

As conversas de caciques do PMDB com Aécio Neves seguem um roteiro-padrão. Primeiro, o interlocutor defende que o tucano não tem nada a ganhar compondo a chapa de José Serra em 2010 como vice. Em seguida, minimiza a opção da candidatura ao Senado -ali, Aécio seria apenas "mais um". Por fim, pondera que o governador de Minas não tem nada a perder disputando a Presidência -se não ganhar, estará com menos de 50 anos e um inestimável "recall" para a campanha seguinte.
Os peemedebistas saem convencidos de que: a) Aécio quer e muito; b) ele acredita que poderá concorrer pelo PSDB. Por ora, o romance com o PMDB é só um meio de se fortalecer dentro de seu partido.

Paisagem. Contrariando a expectativa de Aécio e do prefeito Fernando Pimentel, Aloizio Mercadante não declarou apoio ao projeto da candidatura comum, desenvolvido pela dupla, em sua recente passagem por Belo Horizonte. Limitou-se a algumas palavras genéricas sobre os males da guerra PT x PSDB.

Plano B. Preocupado com o prognóstico eleitoral em boa parte das grandes capitais, o comando nacional do PT deve recomendar o fortalecimento das campanhas do partido em municípios com mais de 200 mil habitantes, como alternativa para o projeto de 2010.

Topa? Recado do PSDB ao Planalto: votará o Orçamento se prevalecer a proposta do líder do PT, Maurício Rands (PE), que exclui o "anexo" de R$ 534 milhões e distribui esse dinheiro em emendas de bancada. "Basta o governo se unir a nós para derrotar aquela minoria", diz o senador tucano Arthur Virgílio (AM) sobre os "pais do anexo".

Microfone. A oposição a Cid Gomes (PSB) promete fazer barulho contra o patrocínio do governo do Ceará a um show do cantor Julio Iglesias no próximo dia 14. O ingresso mais barato custa R$ 200.

Gangorra. Lula pediu a Celso Amorim (Relações Exteriores) para que ocorra ainda neste mês a visita de Álvaro Uribe a Brasília. Como já recebeu Rafael Correa, quer dar tratamento eqüânime no conflito Colômbia-Equador.

Adendo. A análise de documentos sobre o programa Luz para Todos deve atrasar por mais uma semana a conclusão da denúncia do Ministério Público Federal no inquérito da Operação Navalha. As procuradoras do caso receberam novas e volumosas perícias.

Pule de dez. Na lista dos políticos a serem denunciados, prevê-se a inclusão do ex-governador de Sergipe João Alves Filho (DEM) e de seu filho, João Alves Neto, acusados de terem recebido propina "diversas vezes".

Expressa. A presidente da CPI dos Cartões Corporativos, Marisa Serrano (PSDB-MS), espera concluir os trabalhos no prazo de 90 dias, sem necessidade de prorrogação. Depois disso, as investigações seriam atropeladas pelo calendário eleitoral.

Café pequeno. Para esfriar a CPI, o governo aposta na falta de um escândalo de monta. Líderes aliados prevêem que a comissão chegará a vários "casinhos" de mau uso dos cartões, sem "uma grande história para contar".

Trilha. Dois técnicos da CPI das ONGs analisam, desde a terça-feira passada, documentos que podem levar à pauta da comissão os repasses acima de R$ 100 milhões feitos pelo governo a centrais sindicais nos últimos anos.

Outra história. José Gomes Temporão acha que não se deve misturar o voto do ministro Carlos Britto (STF) pró-pesquisas com células-tronco e o debate sobre liberação do aborto. "Não tem nada a ver uma coisa com a outra. Essa discussão só atrapalharia o atual julgamento", diz o ministro da Saúde.

Tiroteio

"Os tucanos pró-Alckmin e os tucanos pró-Kassab se uniram para compor um réquiem pela alma do PSDB".
Do presidente municipal do PSDB, JOSÉ HENRIQUE REIS LOBO, sobre a beligerância entre a ala do partido que trabalha pela candidatura do ex-governador e a que defende o apoio à reeleição do atual prefeito.

Contraponto

Atitude suspeita

Na campanha eleitoral de 2002, o então peemedebista Gustavo Fruet era um dos coordenadores da candidatura de Roberto Requião ao governo do Paraná. Escalado para participar de debate matinal numa rádio, o hoje tucano madrugou tanto que chegou ao local antes mesmo do apresentador e dos funcionários da emissora. Para matar o tempo e a fome, resolveu procurar algum quitute na feira vizinha, que mal começara a funcionar.
Enquanto saboreava um pastel com recheio de pizza, Fruet foi surpreendido pela bronca do vendedor:
-Mas que vergonha, deputado! Chegou da farra e veio curar a ressaca antes do debate...


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