São Paulo, segunda-feira, 10 de março de 2008

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Outro lado

Partidarismo não é critério, diz secretaria

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Secretaria da Aqüicultura e Pesca (Seap) afirma que não há preocupação com a influência de ligações político-partidárias nos convênios que firmou em Santa Catarina porque esse "não é um critério utilizado".
A secretaria considera satisfatório o trabalho desempenhado pela Colônia de Pescadores, pela Casa Familiar do Mar e pela Famasc (federação de maricultores) e informou que as prestações de contas não foram enviadas ou estão "sob análise".
"Todos os projetos apoiados e realizados pela Seap são precedidos de análise de viabilidade técnica e de sua sustentabilidade econômica, social e ambiental", informou a assessoria por escrito. Também são levados em conta as "demandas históricas de comunidades da região" e a "importância" da entidade no setor para firmar as parcerias.
A Seap lembrou ainda que as entidades são beneficiadas porque são as destinatárias de emendas parlamentares -sem citar os deputados do PT de Santa Catarina que são os autores.
A secretaria também negou participação do ex-subsecretário de Desenvolvimento da pasta, hoje prefeito de Laguna, nos convênios direcionados àquele município. "Os critérios são técnicos", disse o prefeito Célio Antônio (PT). Segundo ele, algumas das ligações citadas pela reportagem fazem parte da "natureza política", citando novamente a obrigação de cumprir a destinação de emendas parlamentares. "É uma articulação política do movimento social."
Obadias Barreiros disse à reportagem que as perguntas eram pautadas em "um preconceito contra o PT" e "maldades". "Se eu tivesse dinheiro, me elegia. Aqui, todos os que se elegeram compraram votos, isso é geral", disse Barreiros, excetuando o prefeito atual.
Os dirigentes da Famasc, Maria das Graças Silva e Uri Mafra, confirmaram a filiação partidária, mas negaram favorecimentos por serem do PT. Mafra disse que a Famasc agora funciona em uma sala cedida da Universidade Federal de Santa Catarina.
"Não tem conflito nenhum porque foi uma situação provisória", disse Maria das Graças, sobre o uso do escritório de Passos. Segundo ela, era difícil receber correspondência em sua casa em Governador Celso Ramos (SC), onde foi vereadora.
A assessoria de Passos disse que o porão do gabinete foi adaptado e disponibilizado como forma de apoiar um movimento social.
A Folha não conseguiu localizar Emílio Kleber Gottschalk, da Cooperilha.
A Seap também informou que os convênios são firmados com a Fundação da Universidade do Vale do Itajaí porque é um "centro de referência".


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