São Paulo, segunda-feira, 10 de março de 2008

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Toda Mídia

Nelson de Sá

O mundo em 2050

"The Hindu" e outros indianos soaram trombetas: "Em mudança tectônica no centro econômico global de gravidade, o tamanho da Índia chegaria a 90% dos EUA em 2050, com a China ainda maior" que os EUA. É relatório da PriceWaterhouseCoopers, que cobriu as apostas do Goldman Sachs quando falou em Brics.
Ecoou por agências com atenção à China, que seria 90% dos EUA já em 2025, e até ao Brasil, que em 2050 seria a quarta economia, passando o Japão. No site da "Wired", o escritor e visionário Bruce Sterling gostou: "2050 não é tão longe, sabia... E o mundo anunciado é uma incrível transformação de tudo que se conhece".
De outro lado, na China, o "Diário do Povo" noticiou que começa hoje no Rio um novo encontro dos Brics.

O TREM BRIC
Dia após dia, a inflação é manchete na mídia chinesa.
Mas o site financeiro Asian Investor, de Hong Kong, diz em título que "a inflação não descarrilhará os Brics". Para tanto, entrevista "gerente de investimento" em Frankfurt: no ano, "o consenso é esperar crescimento" de Brasil, Índia, Rússia e China, "só afetados parcialmente pelos EUA".

APOSTAR NO BRASIL?
"Bet on Brazil?", pergunta a revista "U.S. News", seguindo Seeking Alpha e outros sites financeiros na repercussão de um "analista de mercado" que apontou o país "em situação melhor do que a maioria dos emergentes". O Brasil, "tudo considerado, terá um melhor desempenho do que os outros países emergentes durante esta turbulência" dos EUA.

ÍNDIA E O SAMBA
No topo da busca de Brasil por Google, Yahoo e Inform. com, a notícia do "Hindustan Times" de que três estatais indianas de petróleo pretendem investir, em conjunto, US$ 600 milhões no Brasil, em etanol. É para atender ao consumo brasileiro, mas também "exportações". Abrindo a notícia, o jornal diz que a Índia vai "sambar no Brasil".

FLEX, O VINGADOR
Jornais regionais dos EUA, "San Francisco Chronicle" e outros, abordaram no final de semana o recorde nos preços da gasolina com a pergunta "estamos vencendo o vício?".
Sem segurança, "a resposta parece que é sim", com uma recente queda no consumo incentivada por "maior uso de combustíveis alternativos", etanol sobretudo. O carro flex é dado como "Opec-avenger", o vingador contra a Opep.

QUEM ACREDITARIA?
Já o britânico "Observer" se pergunta "quem acreditaria no petróleo a US$ 105?". E avisa que o preço continuará subindo, segundo consultoria de energia, "enquanto China, Brasil e Índia, com passo rápido, se industrializarem". Diz que a única política para EUA e Europa, "mas também Rio, Nova Délhi e Pequim", é buscar "fontes alternativas" e, assim, consumir menos, forçando a queda nos preços.

VAGAS NO ABC
Também em destaque nos sites de busca de notícias do Brasil, no final da semana, uma reportagem publicada no jornal "The Detroit Free Press", da capital da indústria automobilística nos EUA, em crise, dizendo que a General Motors planeja aumentar o número de empregados na unidade de São Caetano do Sul, no ABC, em 900 vagas.

John Maier/nytimes.com
Favela Tour, em Vila Canoas

"POBRISMO" BRASILEIRO
No domingo, o "New York Times", com tradução no UOL, deu uma longa reportagem de Eric Weiner, autor de livros de turismo, discutindo "Visitas a favelas: turismo ou voyeurismo?". Falou em "acusações de exploração", mas não escondeu a simpatia com o "novo nicho". O Brasil foi o destaque, até por ter iniciado o fenômeno há 16 anos, na Rocinha. O texto reproduz um dos nomes que vêm sendo usados para identificar a tendência: "poorism", pobrismo.

TRÂNSITO ELEITORAL
No domingo em que São Paulo, segundo Folha Online, rádios e outros, voltava a sofrer alagamento na Marginal Tietê, o "Fantástico" abriu com a avaliação própria de que os recordes de congestionamento se devem ao excesso de carros, tão-somente. Nada de atraso no metrô, Rodoanel, nos corredores. Ônibus nem seria solução, "a velocidade está caindo", e o prefeito só "aposta em investimentos no metrô". Pedágio urbano, não -ao menos "por enquanto".


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