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São Paulo, quinta-feira, 10 de abril de 2003

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Radicais do PT e oposição fazem críticas a reajuste

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL

A decisão do governo sobre o reajuste do funcionalismo foi duramente criticada por líderes da oposição na Câmara, sindicalistas e por deputados radicais do PT.
Luciana Genro (PT-RS) considerou o índice "abusivo". Segundo ela, que integra a tendência Movimento Esquerda Socialista, é justo que quem ganha menos tenha um reajuste maior, mas o acréscimo concedido está muito aquém da reposição da inflação do último ano e das perdas salariais dos últimos oito anos.
Lindberg Farias (PT-RJ) afirmou que sente uma revolta muito grande nas entidades ligadas ao funcionalismo. De acordo com ele, o problema do governo é que a política do ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) privilegia o FMI (Fundo Monetário Internacional) e os banqueiros.
O líder do PSDB, Jutahy Jr. (BA), disse que o "reajuste Malba Tahan" [autor do clássico "O Homem que Calculava"], que precisa de uma série de fórmulas matemáticas para ser explicado, frustrou a grande maioria dos servidores. Jutahy declarou ainda que não adianta culpar o governo FHC, porque quem teria feito o Orçamento deste ano foi a equipe de transição petista.
O líder do PFL, José Carlos Aleluia (BA), afirmou que o governo nem sequer se preocupa em repor o poder de compra dos servidores e conta com a passividade do sindicalismo oficial. "Estamos assistindo a cem dias de contradição."
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, disse que o PT poderia "ter feito um esforço maior" para que o reajuste fosse superior. "Esse percentual é muito pouco porque a inflação deste ano já superou os 10%", disse.
O líder do PT, Nelson Pellegrino (BA), disse que o governo deu o reajuste possível, considerando o Orçamento que recebeu do governo anterior.
Para Edvaldo Rosa, coordenador-geral da Fasubra, entidade que representa 150 mil funcionários da universidades federais, que participou das negociações dos servidores federais com o ministro do Planejamento, Guido Mantega, o reajuste beneficiou a categoria, que não recebe aumento há mais de oito anos, apesar de ter havido quebra na expectativa em relação ao percentual.
O representante da AssIBGE-Sindicato Nacional (entidade sindical dos trabalhadores do IBGE), Paulo Dill, que também participou da negociação, disse achar que a categoria ficará indignada com o reajuste de 1%.


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