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ESTADOS
Governador reclama de multa aplicada pelo Tesouro
Em recado a Lula, Aécio afirma que não deseja sua "sorte" aos petistas
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O governador de Minas Gerais,
Aécio Neves (PSDB), mudou o
tom em relação à gestão Lula
diante de "decisões tecnicistas"
que ele afirma estarem prejudicando o Estado. Ele disse ontem
que não deseja aos governadores
do PT o mesmo tratamento que
está recebendo do governo.
A declaração, feita durante entrevista, foi em resposta à lembrança de que, na campanha, Luiz Inácio Lula da Silva dissera que, se
Aécio fosse eleito, o trataria como
se fosse um governador do PT.
"Olha, eu não desejo essa sorte
para o governo do PT", disse ele,
contemporizando um pouco depois, mas também cobrando, ao
dizer que Lula tem sido "um amigo extremamente afetuoso" e que
o presidente "reconhece a importância de Minas no seu projeto de
governo e o apoio enorme que teve do Estado" na eleição passada.
"Estou fazendo meu papel: alertando o governo federal para o esforço que estamos fazendo aqui."
Ele reclama das multas aplicadas a Minas por não ter cumprido
as metas fiscais em 2001 -no valor de R$ 36 milhões- e pela
eventual multa referente a 2002. E
do fato de o governo estar considerando receita a estadualização
das rodovias federais em 2002.
Aécio afirmou que vai participar ativamente das decisões no
Congresso. Quis dizer com isso
que a bancada de Minas está afinada com ele e, dependendo do
que ocorrer, pode não estar com o
governo federal, conforme apurou a Agência Folha.
"Nós não temos buscado nenhum tratamento diferenciado e
tampouco qualquer excepcionalidade para Minas. (...) Não podemos ter decisões tecnicistas comprometendo o processo de ajuste
que Minas vem fazendo."
E acrescentou: "Não posso ter
um governo sistematicamente
criando obstáculos a Minas. Já
disse isso a José Dirceu [ministro
da Casa Civil] e reiterei a Palocci
[Antonio Palocci Filho, Fazenda],
mas tenho uma grande expectativa de que haverá compreensão
por parte do governo federal."
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