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ELEIÇÕES 2006/SÃO PAULO
Na região metropolitana, 56% afirmam que ex-prefeito agiu mal ao deixar o cargo; no interior, 53% avaliam que ele agiu bem
Renúncia de tucano divide paulistas ao meio
DA REPORTAGEM LOCAL
A decisão do ex-prefeito José
Serra (PSDB) de renunciar ao cargo para disputar o governo do Estado dividiu o eleitorado paulista,
segundo o Datafolha. Enquanto
46% dos entrevistados dizem que
Serra agiu bem ao se afastar da
prefeitura, 45% respondem o
contrário -que Serra "agiu
mal"- e 9% não sabem opinar.
Ainda segundo a pesquisa, a decisão de Serra tem respaldo maior
no interior, onde conta com 53%
de aprovação contra 35% de reprovação; 12% não souberam responder. Já na capital, 55% dos entrevistados afirmaram que o tucano agiu mal ao deixar 33 meses de
mandato para trás, contra 38%
que são favoráveis à saída. Na região metropolitana, o cenário é
bem parecido: para 56%, ele agiu
mal. Para 37%, ele fez bem.
A decisão de Serra foi objeto de
crítica até de seus eleitores, numa
demonstração de que a saída não
abala necessariamente a intenção
de voto. Em média, 34% dos que
declaram voto em Serra afirmam
que ele agiu mal. Cerca de 59%,
variando conforme a simulação,
dizem que fez bem.
Apesar da polêmica em torno
da renúncia, o capital eleitoral de
Serra cresceu após a saída. No dia
17 de março, num cenário em que
concorria com Marta Suplicy
(PT) e Orestes Quércia, Serra contava com 50% de preferência. De
lá para cá, já depois da renúncia,
subiu para 56%. "O eleitor privilegia aspectos determinados para
definição do melhor para o Estado. E, aparentemente, ainda que
condenável para eleitores, a renúncia não tem essa importância", explicou o diretor-geral do
Datafolha, Mauro Paulino.
O instituto perguntou ao eleitor
qual o impacto do afastamento
para a cidade de São Paulo. De
acordo com a pesquisa, 48% dos
eleitores responderam que, com a
renúncia, a cidade "não será nem
beneficiada prejudicada". Outros
27% disseram que a capital será
"mais prejudicada do que beneficiada". Quinze por cento afirmaram que será mais beneficiada.
Dez por cento dos entrevistados
não souberam responder.
Essa é a opinião até dos que declararam preferência pelo PT como partido. Segundo a pesquisa,
49% disseram que a cidade não
será nem beneficiada nem prejudicada, enquanto 13% disseram
que seria beneficiada. Pelos números, os simpatizantes do PSDB
foram até mais rigorosos com
Serra: 37% disseram que a cidade
seria mais prejudicada. Esse risco
existe para 33% dos petistas.
A renúncia encontrou maior rejeição entre aqueles com grau médio de escolaridade (50%) e renda de cinco a dez mínimos (55%).
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