São Paulo, segunda-feira, 10 de abril de 2006

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ELEIÇÕES 2006/SÃO PAULO

Na região metropolitana, 56% afirmam que ex-prefeito agiu mal ao deixar o cargo; no interior, 53% avaliam que ele agiu bem

Renúncia de tucano divide paulistas ao meio

DA REPORTAGEM LOCAL

A decisão do ex-prefeito José Serra (PSDB) de renunciar ao cargo para disputar o governo do Estado dividiu o eleitorado paulista, segundo o Datafolha. Enquanto 46% dos entrevistados dizem que Serra agiu bem ao se afastar da prefeitura, 45% respondem o contrário -que Serra "agiu mal"- e 9% não sabem opinar.
Ainda segundo a pesquisa, a decisão de Serra tem respaldo maior no interior, onde conta com 53% de aprovação contra 35% de reprovação; 12% não souberam responder. Já na capital, 55% dos entrevistados afirmaram que o tucano agiu mal ao deixar 33 meses de mandato para trás, contra 38% que são favoráveis à saída. Na região metropolitana, o cenário é bem parecido: para 56%, ele agiu mal. Para 37%, ele fez bem.
A decisão de Serra foi objeto de crítica até de seus eleitores, numa demonstração de que a saída não abala necessariamente a intenção de voto. Em média, 34% dos que declaram voto em Serra afirmam que ele agiu mal. Cerca de 59%, variando conforme a simulação, dizem que fez bem.
Apesar da polêmica em torno da renúncia, o capital eleitoral de Serra cresceu após a saída. No dia 17 de março, num cenário em que concorria com Marta Suplicy (PT) e Orestes Quércia, Serra contava com 50% de preferência. De lá para cá, já depois da renúncia, subiu para 56%. "O eleitor privilegia aspectos determinados para definição do melhor para o Estado. E, aparentemente, ainda que condenável para eleitores, a renúncia não tem essa importância", explicou o diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino.
O instituto perguntou ao eleitor qual o impacto do afastamento para a cidade de São Paulo. De acordo com a pesquisa, 48% dos eleitores responderam que, com a renúncia, a cidade "não será nem beneficiada prejudicada". Outros 27% disseram que a capital será "mais prejudicada do que beneficiada". Quinze por cento afirmaram que será mais beneficiada. Dez por cento dos entrevistados não souberam responder.
Essa é a opinião até dos que declararam preferência pelo PT como partido. Segundo a pesquisa, 49% disseram que a cidade não será nem beneficiada nem prejudicada, enquanto 13% disseram que seria beneficiada. Pelos números, os simpatizantes do PSDB foram até mais rigorosos com Serra: 37% disseram que a cidade seria mais prejudicada. Esse risco existe para 33% dos petistas.
A renúncia encontrou maior rejeição entre aqueles com grau médio de escolaridade (50%) e renda de cinco a dez mínimos (55%).


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