|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Royalties de petróleo dividem confederação de municípios
Entidade defende que os recursos sejam repartidos entre todas as prefeituras
Responsáveis por mais de 80% da produção do país, cidades do Rio ameaçam abandonar movimento se a proposta for levada adiante
LEA AGOSTINHO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
CÍNTIA ACAYABA
DA AGÊNCIA FOLHA
A 10ª Marcha em Defesa dos
Municípios, organizada pela
CNM (Confederação Nacional
dos Municípios) e que acontece
hoje em Brasília, está criando
uma divisão entre os prefeitos.
Dessa vez os organizadores
pretendem levar à mesa de discussões a proposta de redistribuir os royalties do petróleo e
do gás entre todos os municípios do país.
Como o Rio de Janeiro produz mais de 80% do petróleo do
país, os prefeitos dos municípios do Estado ameaçam abandonar a confederação caso a
proposta seja levada adiante.
O vice-governador do Rio,
Luiz Fernando Pezão (PMDB),
considera a proposta absurda.
Ele foi presidente da Associação de Prefeitos dos Municípios do Estado do Rio, quando
governava a cidade de Piraí.
"Todo ano eles entram com
essa pauta. É um absurdo total.
Não faz o menor sentido. Se isso fosse aprovado, seria um tiro
para matar o Rio de vez", disse.
Pezão diz que o Estado seria
prejudicado, porque os royalties do petróleo são usados para
viabilizar diversas obras.
O prefeito de Quissamã (RJ),
Armando Carneiro (PSC), afirma que a medida contraria o interesse de mais de 800 municípios. Quissamã recebeu cerca
de R$ 85 milhões dos royalties
do petróleo e do gás em 2006.
Pela legislação, os royalties
beneficiam só os Estados produtores e os municípios em que
estão os campos de produção.
Dos 5.562 municípios, 823 são
beneficiados pelos recursos.
Em 2006, os royalties somaram R$ 18,5 bilhões -40% repassados à União, 36% aos Estados e 24% aos municípios.
Campos (RJ) recebeu sozinho
R$ 850 milhões.
O presidente da CNM, Paulo
Ziulkoski, afirmou que os royalties do petróleo e gás poderiam ser distribuídos entre todos os municípios do país de
"maneira igual".
"Os municípios que são limítrofes defendem a manutenção
da legislação, mas o restante do
Brasil defende que as bacias de
petróleo estão em alto-mar
-portanto em área continental, pertencente à União- e que
o investimento é da Petrobras,
que é patrimônio nacional."
A discussão sobre a distribuição dos royalties não faz parte
do tema da marcha, mas deve
ocorrer durante o evento. "A
confederação não tem proposta fechada, vamos levantar a
discussão para ver o que é melhor para todos", disse.
Texto Anterior: Comunicação: Franklin diz que tem pressa em criar TV pública Próximo Texto: Por mínimo, 500 prefeitos podem descumprir LRF Índice
|