São Paulo, quinta-feira, 10 de abril de 2008

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Serra detém saída de alckmista da prefeitura

Coordenador de Segurança Urbana, coronel Alberto Silveira Rodrigues teria a sua exoneração anunciada no sábado

O policial militar trabalhou no governo Alckmin e já se reuniu com o pré-candidato tucano em SP para discutir programa de governo

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador de São Paulo, José Serra, teve que agir ontem para debelar uma crise com potencial explosivo: a saída de um alckmista da Prefeitura de São Paulo. Segundo a Folha apurou, o coordenador de Segurança Urbana, coronel Alberto Silveira Rodrigues, teria sua exoneração anunciada no sábado, no "Diário Oficial".
Mas, na noite de ontem, negociou sua permanência no cargo. O chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira, atuou para conter a crise, que poderia se agravar caso os subordinados pedissem demissão em solidariedade ao coronel Alberto.
Ligado ao ex-secretário de Segurança Saulo de Castro Abreu Filho, coronel Alberto teria entregado o cargo no fim da tarde de terça, em conversa com o secretário de Governo da prefeitura, Clóvis Carvalho.
Ele também teria discutido sua exoneração com o coordenador de Gestão Integrada, Edsom Ortega. Pela estratégia, o coronel Alberto deixaria hoje sua função, mas a saída só seria oficializada no sábado.
Segundo tucanos, coronel Alberto e Ortega costumam divergir. Essa incompatibilidade seria uma das causas da exoneração, mas, como é associado à ala alckmista, a demissão ganharia coloração política.
Saulo já está escalado como um dos coordenadores de programa da campanha do ex-governador Geraldo Alckmin à prefeitura. Há cerca de um mês, levou coronel Alberto para se reunir com Alckmin -ele teria se comprometido a colaborar com a campanha.
Ontem, quando alckmistas já atribuíam sua possível exoneração à retaliação política e ele esvaziava suas gavetas, o coronel recebeu, segundo aliados, apelos do Palácio dos Bandeirantes para ficar no cargo. A motivação não seria só política. Segundo tucanos, Serra elogia o desempenho de coronel Alberto. Na prefeitura, o secretário Andrea Matarazzo (Coordenação de Subprefeituras) também defende sua atuação.
Comandante-geral da PM na gestão Alckmin, o coronel colaborou com o programa de governo do PSDB em 2004. Foi nomeado por Serra. A prefeitura disse desconhecer a hipótese de exoneração. "Já me tiraram daqui umas cem vezes", desconversou o coronel.


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