São Paulo, quinta-feira, 10 de abril de 2008

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Aécio é cortejado pelo PMDB em evento

Sigla tenta atrair tucano para lançá-lo ao Planalto; mineiro diz querer "projeto no qual PMDB tenha destaque"

KENNEDY ALENCAR
FELIPE SELIGMAN

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A cúpula do PMDB fez ontem em Brasília um ato em homenagem ao presidente Tancredo Neves cujo objetivo principal foi vitaminar a candidatura presidencial do neto Aécio Neves (PSDB), governador de Minas Gerais. Aécio retribuiu, dizendo que deseja "participar de um projeto político novo para o Brasil no qual o PMDB tenha papel de destaque".
Combinado com a direção peemedebista, o evento ajuda Aécio em sua estratégia de isolar politicamente seu principal adversário no PSDB pela candidatura ao Planalto em 2010, o governador José Serra (SP).
O PMDB tenta atrair Aécio para o partido, a fim de lançá-lo à Presidência. Mas caciques peemedebistas disseram à Folha reservadamente que a alternativa é ajudar Aécio a ganhar internamente de Serra, sinalizando que apoiaria oficialmente uma aliança que tenha o mineiro na cabeça da chapa.
O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), fez em discurso um convite quase explícito para Aécio entrar no PMDB. O mineiro, porém, disse em entrevista que não cogita deixar o PSDB. "Espero que, nas próximas visitas, o senhor não seja mais um convidado especial tão ilustre, mas seja nosso companheiro", disse Garibaldi, arrancando aplausos.
O líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves, adotou o mesmo tom e disse que seria um "sonho" ver Aécio na sigla. "Posso dizer que o namoro começou, agora se vai dar em casamento, só o tempo dirá."
"Não vejo como, em um futuro próximo, não estarmos juntos construindo um projeto convergente para este país. Sem ódio, sem rancores e independente de filiações partidárias", retribuiu Aécio. "É natural que um projeto de país para o futuro se dará, como já se deu, com o PSDB e o PMDB como parceiros." Apesar de integrar hoje o campo lulista, o PMDB acha improvável apoiar um petista em 2010. Serra, que chegou a ter apoio formal do partido em 2002, perdeu terreno para Aécio. O PMDB avalia que teria mais poder num governo do mineiro do que no de Serra.
Em desvantagem nas pesquisas em relação a Serra, que hoje lidera em todos os levantamentos de intenção de voto para 2010, Aécio quer se viabilizar como um candidato capaz de aglutinar mais forças políticas. Hoje, por exemplo, ele fará uma visita ao vice-presidente José Alencar, que ocupa interinamente a Presidência enquanto Lula está no exterior.


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