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Aécio é cortejado pelo PMDB em evento
Sigla tenta atrair tucano para lançá-lo ao Planalto; mineiro diz querer "projeto no qual PMDB tenha destaque"
KENNEDY ALENCAR
FELIPE SELIGMAN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A cúpula do PMDB fez ontem
em Brasília um ato em homenagem ao presidente Tancredo
Neves cujo objetivo principal
foi vitaminar a candidatura
presidencial do neto Aécio Neves (PSDB), governador de Minas Gerais. Aécio retribuiu, dizendo que deseja "participar de
um projeto político novo para o
Brasil no qual o PMDB tenha
papel de destaque".
Combinado com a direção
peemedebista, o evento ajuda
Aécio em sua estratégia de isolar politicamente seu principal
adversário no PSDB pela candidatura ao Planalto em 2010, o
governador José Serra (SP).
O PMDB tenta atrair Aécio
para o partido, a fim de lançá-lo
à Presidência. Mas caciques
peemedebistas disseram à Folha reservadamente que a alternativa é ajudar Aécio a ganhar internamente de Serra, sinalizando que apoiaria oficialmente uma aliança que tenha o
mineiro na cabeça da chapa.
O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), fez
em discurso um convite quase
explícito para Aécio entrar no
PMDB. O mineiro, porém, disse em entrevista que não cogita
deixar o PSDB. "Espero que,
nas próximas visitas, o senhor
não seja mais um convidado especial tão ilustre, mas seja nosso companheiro", disse Garibaldi, arrancando aplausos.
O líder do partido na Câmara,
Henrique Eduardo Alves, adotou o mesmo tom e disse que
seria um "sonho" ver Aécio na
sigla. "Posso dizer que o namoro começou, agora se vai dar em
casamento, só o tempo dirá."
"Não vejo como, em um futuro próximo, não estarmos juntos construindo um projeto
convergente para este país.
Sem ódio, sem rancores e independente de filiações partidárias", retribuiu Aécio. "É natural que um projeto de país para
o futuro se dará, como já se deu,
com o PSDB e o PMDB como
parceiros." Apesar de integrar
hoje o campo lulista, o PMDB
acha improvável apoiar um petista em 2010. Serra, que chegou a ter apoio formal do partido em 2002, perdeu terreno
para Aécio. O PMDB avalia que
teria mais poder num governo
do mineiro do que no de Serra.
Em desvantagem nas pesquisas em relação a Serra, que hoje
lidera em todos os levantamentos de intenção de voto para
2010, Aécio quer se viabilizar
como um candidato capaz de
aglutinar mais forças políticas.
Hoje, por exemplo, ele fará uma
visita ao vice-presidente José
Alencar, que ocupa interinamente a Presidência enquanto
Lula está no exterior.
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