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Plano de Defesa prevê invasão na Amazônia
Proposta sugere aumento da tropa para hipótese de guerra
IURI DANTAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo federal decidiu
elevar o número de tropas e bases militares na região amazônica para a eventual hipótese
de invasão do território brasileiro por uma grande potência,
por um país vizinho ou por paramilitares, entre outros cenários. A decisão consta do Plano
Estratégico de Defesa, que será
apresentado ao presidente Lula
no Sete de Setembro deste ano.
"Há o imperativo de reposicionamento e capacidade de
mobilização rápida. (...) Precisamos ter as Forças Armadas
preparadas para atuar", disse o
ministro Nelson Jobim (Defesa). Ele insistiu que o Brasil não
corre risco de conflito territorial hoje e que o objetivo do plano seria preparar as Forças para cenários hipotéticos.
O plano menciona ainda a
possibilidade de uma guerra
com algum país menor que recebesse apoio velado de uma
grande potência militar, e um
cenário de guerra em outra região do mundo cujo impacto ultrapasse o âmbito regional.
O plano também pretende
reestruturar o serviço militar
obrigatório brasileiro. Uma das
idéias é instituir um "serviço
social obrigatório" para o excesso de contingência. Outra
seria criar cursos profissionalizantes para os soldados, que seriam selecionados pelo vigor físico e capacidade intelectual.
"As Forças Armadas precisam ser a própria Nação em armas. Em geral, hoje servem os
que querem servir", disse o ministro Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos). Ele propõe que os alistados sejam escolhidos por classe social e região geográfica, pois assim as
tropas representariam todo o
espectro da sociedade.
Outro assunto polêmico que
será definido no Plano Estratégico de Defesa é o uso de militares em operações internas. Segundo Jobim, é preciso modificar a lei para impedir que soldados sejam processados na Justiça comum, entre outros casos.
Os dois ministros participaram de uma audiência pública
ontem na Comissão de Relações Exteriores da Câmara.
Uma das vertentes do plano é
estimular a indústria de defesa,
com a criação de um regime jurídico e tributário especial.
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