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PREVIDÊNCIA
Ministério quer mostrar ao Congresso que contribuição vai de 1,69% a 10,88%
Tributação de inativos não chegará a 11%, diz governo
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O novo argumento que o governo usará no Congresso para defender a contribuição previdenciária de servidores inativos será
baseado na tese de que a cobrança
não chegará efetivamente a 11%
do valor dos benefícios dos aposentados e pensionistas.
Segundo cálculos do Ministério
da Previdência, a alíquota efetiva
a ser cobrada dos inativos vai variar de 1,69% a 10,88% dos proventos integrais da inatividade.
No caso da alíquota de 1,69%, a
contribuição incidirá sobre benefícios equivalentes a R$ 1.250 e representará um desconto de R$
21,12. A alíquota efetiva de 10,88%
recairia sobre uma superaposentadoria de R$ 100 mil e significaria
cobrança de R$ 10.883,62.
De acordo com simulações feitas pelo ministério, um salário de
R$ 4.000 seria tributado na inatividade em 8,09%, isto é, R$
323,62. Um aposentado que ganha atualmente R$ 10.000 passaria a contribuir com R$ 983,62, o
que corresponde a uma alíquota
efetiva de 9,84%. O governo quer
convencer os congressistas de
que, mesmo com a cobrança, os
inativos receberão mais do que se
estivessem em atividade.
Isso porque a isenção até o limite de R$ 1.058 para os atuais aposentados e pensionistas garantirá
um recolhimento menor que o fixado para os ativos, que não gozam de um limite de isenção.
Um exemplo usado pela Previdência é de um servidor que na
ativa ganha R$ 2.000. Atualmente,
sem a cobrança de inativos, ele receberia R$ 2.247,20 como aposentadoria. Com a instituição da cobrança, passaria a ganhar na inatividade R$ 2.082, ou seja, um valor
maior que o salário da atividade,
enfatiza o ministério.
A proposta de reforma enviada
ao Congresso prevê dois tipos de
contribuição de inativos. Para
quem já é aposentado ou pode se
aposentar até a reforma ser aprovada, vale a contribuição de 11%
acima do limite de R$ 1.058.
Para os que adquirirem direito à
aposentadoria após a reforma, o
limite de isenção sobe para R$
2.400. As simulações feitas pelo
ministério levam em conta só o limite de isenção de R$ 1.058.
Paim
Ontem, o ministro da Previdência, Ricardo Berzoini Previdência
disse à Folha que o governo não
negociará pontos da reforma da
Previdência com o senador Paulo
Paim (PT-RS).
"Eu quero deixar claro que não
há nenhuma negociação isolada
com algum senador ou deputado
federal. Obviamente eu recebo
aqui parlamentares de todos os
partidos. Se ele pedir uma audiência, eu o receberei para ouvi-lo e
colocar minhas opiniões", afirmou o ministro.
De acordo com Berzoini, o "diálogo" durante a discussão da reforma ocorrerá com partidos da
base de sustentação do governo e
da oposição da maneira mais
aberta possível.
O senador Paulo Paim, depois
de conversa com o presidente do
PT, José Genoino, afirmou que foi
credenciado pelo partido para negociar com o governo pontos polêmicos da reforma, como a contribuição dos inativos.
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