DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A expectativa de que poderiam voltar a ser deputados -pois ocupavam suplências-, o baixo índice de ocupação dos apartamentos e a tolerância da Câmara foram os argumentos mais usados pelos ex-deputados para justificar a ocupação irregular.
O ex-deputado Álvaro Gaudêncio Neto (PMDB-PB) disse que já entregou a chave para ser devolvida e que a mudança está nas caixas. Gaudêncio Neto disse que esperava ser novamente deputado. "Retardei porque esperava assumir."
Eurípedes Miranda (sem partido-RO) também afirmou estar deixando o imóvel. "Pedi para ficar porque muitos estão vazios e, além disso, obriguei-me a arcar com minha despesa". Segundo ele, a linha telefônica da Câmara não é utilizada.
O ex-deputado Paulo Braga (PFL-BA) afirmou ter desocupado o imóvel, que estaria em fase de entrega. "Meus filhos, que estavam lá, se mudaram."
O petebista Ary Kara (SP) disse que também manteve o imóvel porque esperava voltar a ser deputado. Segundo ele, o apartamento está quase pronto para entrega. No local, moraria uma assessora sua.
O ex-deputado Rogério Silva (PMDB-MT) afirmou que espera o julgamento do recurso à cassação de seu mandato. "A demora é que está fazendo eu ficar", disse. Sob o argumento de que é funcionário concursado da Câmara -os imóveis são de uso exclusivo dos deputados-, o ex-parlamentar Antonio Jorge (TO) disse ser justificada sua permanência.
Informada do teor da reportagem, a assessoria de imprensa do Vasco disse que só trata de futebol. As secretárias da presidência afirmaram que não conseguiram, na sexta-feira, contatar o ex-deputado Eurico Miranda, presidente do clube.
A Folha não conseguiu falar com os ex-deputados Damião Feliciano (PB), Deusdeth Pantoja (PA), Gerson Peres (PA), Giovanni Queiroz (PA), Jairo Azi (BA), José Aleksandro (AC), Lino Rossi (MT), Marcio Matos (PR) e ex-chefe de gabinete de Zezé Perrella (MG), José Guilherme Lopes Cardoso.



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