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Evento no estádio reunirá platéia escolhida a dedo
DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Escolhidos a dedo, trinta e
cinco mil jovens estarão hoje à
tarde no estádio do Pacaembu
para ouvir o que Bento 16 tem a
dizer. Vindos de todos os Estados e ainda de países como Argentina, Uruguai, Peru ou Honduras, eles foram selecionados
por suas dioceses de acordo
com um critério que não foi imposto pelos organizadores do
evento, mas que acabou prevalecendo em quase todas as paróquias: ganharam credenciais
aqueles que se mostraram mais
atuantes, que estão envolvidos
com trabalhos na igreja e que
apresentam perfis de liderança.
A escolha não foi à toa. Além
de afinar o diálogo com a juventude, o papa pode tentar despertar o instinto para a vida religiosa de alguns fiéis. "Bento 16
vem resolver várias questões: o
declínio no número de fiéis, a
quase-divisão entre carismáticos e teólogos da libertação e a
falta de renovação do clero, por
exemplo", afirma Moacir Nunes de Oliveira, professor de
teologia da PUC-SP.
"Como a renovação de qualquer instituição se dá pela juventude, acho que o papa não
vai centrar seu discurso apenas
na questão da fé, mas também
na das vocações", diz.
Rodrigo Custódio Ramos, 26,
da organização do encontro e
integrante da Aliança de Misericórdia, diz que esse é um tema
possível. "Esperamos ouvir
uma palavra para ser o norte
das nossas vidas, para nos direcionar, e cada um será tocado
de uma forma", diz. Ele conta
que os jovens estão animados.
"Máquinas fotográficas, celulares com câmeras, faixas e cartazes são quase obrigatórios."
Lilian dos Santos, 29, discípula da Comunidade Católica
Shalom, prepara-se como se
fosse a um show de rock, "ou a
uma final de Copa do Mundo".
"Não vejo a hora de ouvir a palavra de Deus da boca do papa."
Lilian se encaixa no perfil: há
três anos ela dedica seu trabalho à Shalom, mas ainda não
decidiu se quer casar e ter filhos
ou seguir o celibato. "Depende
do chamado de Deus. É Ele que
mostrará o melhor caminho."
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