|
Texto Anterior | Índice
perfil
Político foi bombeiro e incendiário
LUIZ FERNANDO VIANNA
DA REPORTAGEM LOCAL
Artur da Távola alternou, ao longo da vida, os
papéis de bombeiro e incendiário. Embora o primeiro tenha lhe rendido
mais glórias, não pode ser
descolado do segundo.
A militância na faculdade de direito o jogou na política. Ainda como Paulo
Alberto Monteiro de Barros, elegeu-se duas vezes
deputado estadual no Rio,
no início dos anos 60.
Listado entre os incendiários, foi cassado pelo
golpe de 64 e exilou-se.
Ele, que tivera um programa na TV Tupi sobre assuntos universitários, acabou diretor do canal da
Universidade do Chile como solução para uma briga
entre duas vertentes.
"Liberado" pelo regime
militar para voltar, estreou em 1968 na "Última
Hora", sob o codinome
que o tornaria popular, a
primeira coluna de "crônicas" sobre TV ("não sou
nem quero ser crítico de
televisão", dizia) da imprensa brasileira.
Publicou livros de gêneros variados, como contos
("Leilão de Mim") e crônicas ("Mevitevendo").
Com a redemocratização, voltou à militância.
Disputou eleições pelo
PMDB e, depois, pelo
PSDB, que fundou.
Exerceu dois mandatos
de deputado federal e um
de senador, mas também
perdeu muitas brigas internas nestas duas últimas
décadas. Entre elas, a vaga
tucana (para o hoje governador Sérgio Cabral Filho)
na disputa pela Prefeitura
do Rio em 1996 e o debate
pelos rumos ideológicos
no PSDB no início do segundo governo Fernando
Henrique, em 1999. "Não
quero acabar minha modesta história na direita",
disse, então.
Incendiário, rompeu
com o partido nas duas vezes, mas voltou para assumir funções de bombeiro,
como a de presidente da
sigla, em 1995, após a renúncia de Pimenta da Veiga, e a liderança do governo no Senado, em 2002.
Texto Anterior: Morre aos 72 ex-senador Artur da Távola Índice
|