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NO EXTERIOR
Presidente vai falar a 2.000 empresários e banqueiros estrangeiros e se recusa a comentar política interna
FHC se encontra hoje com Clinton nos EUA
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
enviado especial a Washington
O presidente Fernando Henrique Cardoso está se recusando a
falar, em público, de questões políticas brasileiras, durante sua viagem aos EUA, iniciada no sábado.
FHC se encontra hoje com seu
colega norte-americano, Bill Clinton, na Casa Branca, sede do governo dos EUA, e fala a cerca de
2.000 empresários e banqueiros
em Washington e Nova York.
Nos encontros com jornalistas,
FHC se recusou a responder sobre
política interna. Sua secretária de
imprensa, Ana Tavares, afirmou
que o presidente não manifestaria
opinião, nos EUA, sobre, por
exemplo, a CPI dos Bancos.
Mesmo pessoas que estiveram
com FHC ontem disseram que ele
não comentou esses temas.
Por exemplo, Enrique Iglesias,
presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID),
único não-brasileiro presente ao
almoço oferecido ontem a FHC pelo embaixador do Brasil na Organização dos Estados Americanos
(OEA), Carlos Leite Barbosa.
O presidente ficou na casa oficial
de Leite Barbosa por duas horas e
meia. Depois, voltou à casa do embaixador em Washington, Paulo
Tarso Flecha de Lima.
Ali, nos jardins, posou para fotógrafos com a mulher, Ruth. Disse
que seu presente de Dia das Mães
para ela havia sido a viagem.
Depois, recebeu o secretário-adjunto do Tesouro dos EUA, Larry
Summers, o presidente da Raytheon (empresa que está construindo o Sistema de Vigilância da
Amazônia, Sivam), Dennis Piccard, e o presidente da AES (empresa que comprou parte da Light
no Brasil), Roger Saint.
À noite, FHC tinha programado
participar de jantar para o qual sua
mulher havia sido convidada, como integrante do conselho da Fundação das Nações Unidas.
O encontro era uma homenagem
ao Prêmio Nobel de Economia de
1998, o indiano Amartya Sen, autor de livros sobre pobreza e desigualdades sociais. A fundação foi
formada a partir de doação de US$
1 bilhão do empresário Ted Turner, da rede de TV CNN. Turner e
sua mulher, a atriz a ativista política Jane Fonda, foram os anfitriões.
Ao chegar a Washington, sábado, FHC disse ter vindo para dizer
que o Brasil está superando as dificuldades, transmitir confiança na
recuperação do país, agradecer a
ajuda recebida na crise do início
deste ano, explicar a Clinton os objetivos da reunião de cúpula sul-americana-européia, em junho, e
discutir com ele o futuro da Área
de Livre Comércio das Américas.
No desembarque, um jornalista
da Radiobrás teve uma crise de hipertensão e desmaiou na pista. Ele
está internado no hospital da Base
Aérea de Andrews e passa bem.
FHC se encontra ainda hoje com
o secretário do Tesouro, Robert
Rubin, e, de novo, com Iglesias.
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