São Paulo, segunda, 10 de maio de 1999

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NO EXTERIOR
Presidente vai falar a 2.000 empresários e banqueiros estrangeiros e se recusa a comentar política interna
FHC se encontra hoje com Clinton nos EUA

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
enviado especial a Washington

O presidente Fernando Henrique Cardoso está se recusando a falar, em público, de questões políticas brasileiras, durante sua viagem aos EUA, iniciada no sábado.
FHC se encontra hoje com seu colega norte-americano, Bill Clinton, na Casa Branca, sede do governo dos EUA, e fala a cerca de 2.000 empresários e banqueiros em Washington e Nova York.
Nos encontros com jornalistas, FHC se recusou a responder sobre política interna. Sua secretária de imprensa, Ana Tavares, afirmou que o presidente não manifestaria opinião, nos EUA, sobre, por exemplo, a CPI dos Bancos.
Mesmo pessoas que estiveram com FHC ontem disseram que ele não comentou esses temas.
Por exemplo, Enrique Iglesias, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), único não-brasileiro presente ao almoço oferecido ontem a FHC pelo embaixador do Brasil na Organização dos Estados Americanos (OEA), Carlos Leite Barbosa.
O presidente ficou na casa oficial de Leite Barbosa por duas horas e meia. Depois, voltou à casa do embaixador em Washington, Paulo Tarso Flecha de Lima.
Ali, nos jardins, posou para fotógrafos com a mulher, Ruth. Disse que seu presente de Dia das Mães para ela havia sido a viagem.
Depois, recebeu o secretário-adjunto do Tesouro dos EUA, Larry Summers, o presidente da Raytheon (empresa que está construindo o Sistema de Vigilância da Amazônia, Sivam), Dennis Piccard, e o presidente da AES (empresa que comprou parte da Light no Brasil), Roger Saint.
À noite, FHC tinha programado participar de jantar para o qual sua mulher havia sido convidada, como integrante do conselho da Fundação das Nações Unidas.
O encontro era uma homenagem ao Prêmio Nobel de Economia de 1998, o indiano Amartya Sen, autor de livros sobre pobreza e desigualdades sociais. A fundação foi formada a partir de doação de US$ 1 bilhão do empresário Ted Turner, da rede de TV CNN. Turner e sua mulher, a atriz a ativista política Jane Fonda, foram os anfitriões.
Ao chegar a Washington, sábado, FHC disse ter vindo para dizer que o Brasil está superando as dificuldades, transmitir confiança na recuperação do país, agradecer a ajuda recebida na crise do início deste ano, explicar a Clinton os objetivos da reunião de cúpula sul-americana-européia, em junho, e discutir com ele o futuro da Área de Livre Comércio das Américas.
No desembarque, um jornalista da Radiobrás teve uma crise de hipertensão e desmaiou na pista. Ele está internado no hospital da Base Aérea de Andrews e passa bem.
FHC se encontra ainda hoje com o secretário do Tesouro, Robert Rubin, e, de novo, com Iglesias.



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