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Lobistas têm patrimônio de R$ 12 mi
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELÉM
O patrimônio dos principais
proprietários de escritórios de
lobby que atuavam na extinta Sudam, José Geraldo da Silva e Maria Auxiliadora Barra Martins, ultrapassa R$ 12 milhões. Além de
conseguir aprovação irregular de
projetos para terceiros, eles também tiveram financiamento para
suas próprias empresas.
Ambos afirmaram que só vão
comentar a investigação quando
forem chamados à Justiça.
Aposentada como contadora da
Sudam em 1995 com pensão
mensal de R$ 1.300, Maria Auxiliadora possui cerca de R$ 7 milhões em bens.
Todo o patrimônio dela e do
marido, Antônio Peixoto Pontes,
está indisponível por decisão judicial que concedeu liminar em
ação movida pela AGU (Advocacia Geral da União).
A explicação para o patrimônio
está na gerência de projetos de financiamento da Sudam. Tanto
Maria Auxiliadora quanto o GPS,
escritório de Silva, formalmente,
ficaram com 3% do valor dos projetos de terceiros liberados por
eles junto a Sudam. Maria Auxiliadora conseguiu a liberação de
R$ 248,6 milhões e GPS liberou R$
44,6 milhões. Todas as liberações
estão sob suspeita.
"A indisponibilidade dos bens
da Maria Auxiliadora foi nossa
maior vitória no sentido de o governo reaver os recursos desviados da Sudam", afirmou o interventor da antiga autarquia, o hoje
secretário especial José Diogo
Cyrillo. Maria Auxiliadora divide
seus negócios entre o Pará e Macapá. Entre seus bens estão três
aviões e quatro fazendas, todas
com sedes construídas em estilo
colonial e após ela se aposentar da
Sudam, em 1995.
Boiada
Em uma das duas fazendas que
possui no Amapá, controlada pela Agropecuária Monte Verde, ela
obteve um financiamento de
R$ 11,6 milhões na Sudam. Deste
total, R$ 400 mil foram liberados
para ela desenvolver uma boiada
de engorda na propriedade.
O oficiais de Justiça concluíram
na sexta-feira o levantamento do
patrimônio de Maria Auxiliadora.
A AGU também vai requerer a indisponibilidade dos bens de GPS.
O patrimônio do empresário está
avaliado em mais de R$ 5 milhões,
em levantamento preliminar. Em
três empresas-a Paris Turismo,
Fazenda Barranco Alto e Amapativa Agropecuária-, GPS conseguiu verba da Sudam. Os valores
liberados aos projetos pessoais de
GPS ainda estão sendo levantados
pela Sudam por requisição da PF
e da Procuradoria da República.
A PF diz já ter provas de que 2
das 7 empresas de GPS foram
criadas apenas para dar suporte
aos projetos de terceiros intermediados por ele junto à Sudam.
(ARI CIPOLA)
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