|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CONTAS CC-5
Acordo com PSDB, que tem membros supostamente envolvidos, dá presidência a tucano e relatoria a petista
Planalto deve controlar CPI do Banestado
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Palácio do Planalto considera
inevitável a instalação da CPI do
Banestado e resolveu tomar a
frente do processo indicando deputados de sua confiança para dirigir a investigação. O tema da
CPI serão os cerca de US$ 30 bilhões que teriam saído do país irregularmente na segunda metade
da década de 90, por meio do então banco estatal do Paraná.
Ontem à tarde, estava quase certo que o presidente da CPI do Banestado seria o deputado Custódio Mattos (PSDB-MG), ligado ao
governador Aécio Neves (MG).
A relatoria será entregue ao deputado José Mentor (PT-SP), que
é de estrita confiança do ministro
da Casa Civil, José Dirceu, e também da prefeita de São Paulo,
Marta Suplicy (PT).
A decisão de instalar a CPI do
Banestado foi tomada nos últimos quatro dias. Segundo a Folha
apurou, José Dirceu falou com dirigentes petistas e tucanos para fazer todos os acertos.
Houve muita resistência da Câmara, sobretudo do presidente da
Casa, João Paulo Cunha (PT-SP),
de montar uma operação para arquivar a CPI. Por essa razão, decidiu-se que a investigação vai
ocorrer, mas deverá ser sumária e
sob o controle total do Planalto.
O PSDB foi chamado para o
acerto porque há tucanos entre os
possíveis envolvidos com o envio
de dinheiro irregular para o exterior, segundo dados preliminares
do caso. O PFL, que também tem
políticos citados, ficou numa posição menos relevante.
Com a presidência da CPI nas
mãos de um deputado do PSDB, o
PT imagina que conseguirá uma
contrapartida dos tucanos, que
não pressionariam pela instalação
de uma investigação sobre os supostos desvios de dinheiro na
Prefeitura de Santo André (SP),
comandada por petistas.
Já a posição de menos relevância do PFL será conveniente para
o PT. Fragilizado durante o processo, os pefelistas poderão ser
forçados a adotar uma atitude
menos oposicionista.
Além de José Dirceu, Aécio Neves e João Paulo, participaram das
negociações para instalar uma
CPI controlada José Genoino
(presidente nacional do PT), Nelson Pellegrino (líder do PT na Câmara), José Aníbal (presidente
nacional do PSDB) e Jutahy Júnior (líder do PSDB na Câmara).
Decidido como seria o processo, ontem o clima na base governista era de calmaria. "O PT indica todos, sem problema", afirmou
líder petista Nelson Pellegrino.
Com 24 integrantes, a CPI pode
ser instalada após a indicação de
13 membros. PT, PMDB e PSB indicam oito. Caso os líderes se recusem a fazer as indicações, o presidente da Câmara, João Paulo,
pode fazê-las.
Colaborou, RANIER BRAGON, da Sucursal
de Brasília
Texto Anterior: Aleijadinho volta ao Alvorada Próximo Texto: Supremo: Futuro ministro foi barrado em posse no tribunal Índice
|