São Paulo, quinta-feira, 10 de junho de 2004

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Dirceu diz ter "fidelidade canina" ao presidente e nega atrito com Palocci

JULIA DUAILIBI
DA REPORTAGEM LOCAL

Em resposta a críticas de que não teria trabalhado pela aprovação do salário mínimo na Câmara dos Deputados, o ministro José Dirceu (Casa Civil) afirmou ontem que tem uma "fidelidade canina" ao presidente Lula. Disse também que "sabe se defender sozinho", em alusão ao desagravo feito a ele anteontem pelo presidente da Casa, João Paulo Cunha.
"As notícias de que não trabalhei para aprovar o salário mínimo na Câmara são improcedentes. Todos me conhecem, sabem que eu não procedo assim. Tenho uma lealdade canina ao presidente Lula. Todo mundo sabe disso. Faz dez anos que sirvo ao presidente", declarou o ministro.
Nos bastidores, Dirceu é um dos principais críticos do governo à política econômica atual. Ontem, o ministro, que está afastado oficialmente da articulação política do governo desde a reforma ministerial de janeiro, disse que "irá cumprir" o que o ministro Aldo Rebelo (Coordenação Política) "determinou" em relação às negociações sobre o mínimo no Senado. "Ele é o articulador político do governo e quem determina o que os outros ministros devem fazer. E eu vou fazer com prazer", disse em visita a um campus da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas), em São Paulo.
Dirceu ainda negou ter divergências com o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda). No final de semana passado, reportagens dizendo que o crescimento do PIB reduz o seu poder e dá fôlego a Palocci não agradaram a Dirceu. Mas ontem ele disse que as pessoas que apontam essa divergência "gostam de viver de ilusão".
Indagado se as divergências sobre a condução da política econômica não seriam naturais, disse: "Isso é outra questão, outro problema. Divergência quem resolve é o presidente. Não tenho divergência na questão econômica".
Questionado sobre as declarações de apoio feitas por João Paulo, que pediu "solidariedade ao ministro", e por integrantes do governo, como Aldo Rebelo, Dirceu respondeu: "Quem sou eu para o governo me defender? Eu sei me defender sozinho".


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