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Nova lista de desmatadores exclui Incra
Órgão do governo responsável por assentamentos era o líder de levantamento divulgado em setembro do ano passado
De acordo com área técnica, atual lista, sobre o Estado de Mato Grosso, só inclui quem será processado, o que não é o caso de terras da autarquia
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério do Meio Ambiente divulgou ontem nova lista de desmatadores. Dessa vez,
no entanto, optou por não incluir o Incra, órgão responsável
pelos assentamentos do programa de reforma agrária, que
figurou como principal desmatador na lista tornada pública
em setembro do ano passado.
O ministério explicou que só
aparece na lista quem será acionado na Justiça pelo governo, o
que não é o caso do Incra. "Muitos assentamentos desmatam
muito. Eu sei que alguns jornalistas gostariam que o Incra estivesse sempre nas cabeças. Às
vezes ele está na frente, às vezes está no meio, às vezes está
atrás. É que nem o Vasco, às vezes está na primeira divisão, às
vezes na segunda", afirmou o
ministro Carlos Minc.
Depois de o ministro falar,
um técnico explicou que os desmatamentos em assentamentos estão sendo tratados em
uma câmara de conciliação na
Advocacia Geral da União.
Ontem, Minc divulgou uma
lista de 75 pessoas ou empresas
que desmataram irregularmente ou comercializaram madeira de forma ilegal no Estado
de Mato Grosso. Todos serão
processados pelo governo na
Justiça. No total são 80.204
hectares (cada hectare corresponde a aproximadamente um
campo de futebol) de floresta
derrubada e 58.774 (cerca de
3.000 caminhões) de madeira
comercializada ilegalmente.
Quem mais devastou a floresta, segundo o ministério, foi
Rosane Sorge Xavier, responsável pela derrubada de 16.024
hectares. "Essa moça deve ser a
rainha da motosserra", disse
Minc. Sorge Xavier não foi localizada pela reportagem.
A principal empresa que comercializa madeira ilegal, pela
lista, é a Lagoa das Conchas
Agrofloresta, com 13.508 metros cúbicos (aproximadamente 650 caminhões). A empresa
informou que está na Justiça
contra as atuações do Ibama,
que a madeira foi retirada de
uma área de manejo aprovada
pelo órgão ambiental de Mato
Grosso e que houve falhas no
processo de fiscalização.
Minc explicou que a primeira
lista, divulgada em setembro
com os cem maiores desmatadores, incluía fiscalizações feitas nos Estados de Mato Grosso, Pará e Rondônia. A próxima
lista deverá conter o resultado
de fiscalizações feitas no Pará.
Minc defendeu que a Justiça
tenha varas especializadas em
julgar crimes ambientais.
"Pancada" nos pecuaristas
O ministro afirmou que os
plantadores de soja estão cumprindo acordo feito com o governo e não são mais os responsáveis por desmatamento na
Amazônia. Já os pecuaristas,
segundo ele, estão fora de controle. "A turma da pecuária não
cumpriu o acordo. Vai levar
pancada. Vai perder o crédito
até entrar na linha", disse.
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