EMANUEL NERI
da Reportagem Local


Com acusações ao ex-prefeito Paulo Maluf (PPB) de ter comprado o apoio do partido à sua candidatura ao governo, o PFL paulista faz convenção no dia 13. Decide entre o apoio a Maluf e candidatura própria.
Filho de Agripino Lima, que quer concorrer ao governo paulista, o deputado Paulo Lima (PFL-SP) diz que Maluf pagou R$ 30 milhões ao PFL. Acusa o deputado estadual Gilberto Kassab de estar por trás do negócio.
"Kassab é da gangue dele (Maluf), é turco e gosta da prata alheia", diz Lima. "Estão vendendo o partido para o Maluf", diz. Kassab e Maluf não quiseram responder às acusações do deputado.
"Não vou baixar o nível. Ele quer polêmica", afirma Kassab, vice-presidente do PFL paulista. Segundo sua assessoria, Maluf também não responderá.
Lima também acusa a direção do PFL de intervir em 203 diretórios do partido. "Fizeram a intervenção sem ouvir a defesa dos diretórios. Isso é golpe, é deposição."
O advogado Alberto Rollo considera que a intervenção contraria a Constituição por negar o direito de defesa. Deve entrar com recurso na Justiça para anular a decisão. "Estão com medo. Por isso fizeram intervenção nos diretórios."

Maluf tem maioria
Antes da convenção, no Anhembi, o PFL ainda vai se reunir para decidir se mantém ou não a intervenção nos diretórios. Ex-prefeito de Presidente Prudente (558 km a oeste de São Paulo), Agripino Lima acredita que sairá vitorioso.
Não é o que pensam outros dirigentes do PFL. Dos 8 deputados federais, 6 apóiam a aliança com Maluf, que conta ainda com a maioria da Executiva do PFL e dos 12 deputados estaduais do partido.
Se for aprovada a coligação, o PFL deve indicar o candidato a vice-governador. O deputado Luiz Carlos Santos, que trocou o PMDB pelo PFL, deve ser o vice.
O candidato ao Senado na chapa deve ser Antonio Cabrera (PFL), ex-ministro do governo Collor. Maluf queria Oscar Schmidt (PPB), jogador de basquete.
O senador Romeu Tuma (PFL-SP) também ensaia sua candidatura ao governo. Mas malufistas acham que, na última hora, ele fará acordo para apoiar Maluf.
É por isso que Robson Tuma (PFL-SP) é um dos dois deputados federais do PFL-SP que discordam da coligação com Maluf -o outro é Paulo Lima, filho de Agripino.



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