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SISTEMA FINANCEIRO
Relatório do BC à CPI indica dívida da ""parte ruim" do banco; Andrade Vieira depõe no Senado
Bamerindus ainda deve R$ 2,5 bi à União
da Sucursal de Brasília
O Banco Central encaminhou
relatório à CPI
dos Bancos informando que a
parte "ruim" do
Bamerindus -a
fatia do banco
que não foi repassada ao HSBC-
ainda deve R$ 2,5 bilhões aos cofres públicos, dois anos depois da
operação de socorro ao banco.
O relatório também informa que
o BC enviou ao Ministério Público
12 ocorrências com indícios de ilícitos penais que teriam sido cometidos pelos ex-administradores do
Bamerindus. O relatório não informa que irregularidades teriam sido cometidas.
Os dados foram enviados a pedido da CPI, que ouviu ontem o ex-controlador do Bamerindus, José
Eduardo de Andrade Vieira.
Em seu depoimento, Vieira disse
que recebeu oferta de intermediação para o socorro do banco de
Marcos Malan, irmão do ministro
da Fazenda, Pedro Malan.
Vieira disse, entretanto, não se
lembrar se a suposta oferta de intermediação foi feita diretamente a
ele ou por meio de João Elísio Ferraz dos Campos, ex-presidente do
conselho de Administração da Bamerindus Seguradora.
"Na época, não achei que houvesse qualquer necessidade de
lobby ou articulação", disse Vieira.
Vieira disse que a parte "ruim"
do Bamerindus pagou integralmente o empréstimo levantado do
Proer (programa de socorro aos
bancos), o que o BC confirma.
Mas, segundo o BC, o Bamerindus "ruim" ainda deve R$ 2,5 bilhões para a conta de reservas bancárias, espécie de conta corrente
que todos os bancos têm no BC.
Vieira confirmou essa dívida,
mas afirmou que ela serviu para
ressarcir depositantes que tinham
até R$ 20 mil no banco.
Em 1997, o Bamerindus sofreu
intervenção do BC e foi dividido
em duas empresas. A empresa boa
foi vendida ao banco inglês HSBC.
A parte "ruim" sofreu liquidação e
está sob as ordens do BC.
O relator da CPI, senador João
Alberto (PMDB-MA), disse considerar "obscura" uma compra de
títulos da dívida externa brasileira
dentro do pacote de transferência
da parte "boa" do Bamerindus.
Viera disse que, um dia depois de
o Bamerindus sofrer intervenção,
o interventor nomeado pelo BC
determinou uma compra de US$
800 milhões em títulos para servir
como garantia para recursos injetados pelo HSBC. A CPI estranhou
a medida.
Viera disse que, quando era ministro da Agricultura (1995 a 1996),
tentou obter do então presidente
do BNDES, Luiz Carlos Mendonça
de Barros, financiamento para a
Inpacel, uma fábrica de papel do
grupo Bamerindus. Também disse
ter pedido ajuda a Fernando Henrique Cardoso em favor do banco.
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