São Paulo, terça-feira, 10 de julho de 2001

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PAINEL

Trincheiras abertas
Itamar Franco (MG) já conta com o apoio de dois governadores do PMDB: José Maranhão (PB) e Mão Santa (PI). Para evitar represálias, não vão romper com o governo federal. Mas, nos bastidores, eles já trabalham pela candidatura do mineiro.

Primeiro indício
Mão Santa entregará a Itamar, em agosto, a maior honraria do Piauí: a medalha do Mérito Renascença. Por "serviços prestados à nação e ao Estado".

Salto alto
Os itamaristas também esperam o apoio de dois pesos pesados do PMDB governista, Renan Calheiros e Moreira Franco: "Vão sobrar, na defesa do governo, apenas Eliseu Padilha e Geddel Vieira Lima", provoca um aliado do governador mineiro.

Cadeira apertada
Causaram mal-estar no Planalto as declarações de Moreira Franco, assessor especial de FHC, que viu benefícios na candidatura de Itamar à presidência do PMDB. "Ele trabalha ao lado do presidente e tem a obrigação de defender o governo federal."

Festa junina
Do presidente do PMDB-MG, Saraiva Felipe, sobre FHC ter mandado o partido procurar o caminho da roça: "Nossa festa junina tem caminho da roça, mas não tem quadrilha".

Ciúme gaúcho
Pedro Simon, outro presidenciável do PMDB, não compareceu à festa de Itamar em BH. Ele considera que Brizola (PDT) interfere demais no partido. Seria o responsável pela articulação da chapa encabeçada por Itamar à presidência da legenda.

Frente dupla
Ao mesmo tempo em que tenta a presidência do PMDB, Itamar negocia com outras siglas uma coligação alternativa para 2002. Se perder a eleição interna, o mineiro entrará no PDT e poderá ter o apoio do PL, do PC do B, do PSD, do PST e do PMN.

Cordão de isolamento
Com a popularidade em queda, Marta (SP) cobrou de seus secretários uma defesa mais ostensiva de seu governo. A prefeita reclama de que seus auxiliares costumam aparecer apenas quando a notícia é positiva. Na hora do aperto, estariam deixando todo o ônus para ela.

Sonho infantil
Um dos articuladores da aliança PFL-PSDB em SP, o deputado Gilberto Kassab, ex-secretário de Pitta, quer ser o vice de Geraldo Alckmin na eleição de 2002.

Outra história
Oposição aos tucanos em Brasília, o PPS de Ciro deve apoiar Alckmin em 2002. Sexta à noite, líderes do partido no Estado jantaram com o governador e disseram ser favoráveis à coligação com o PSDB. Mas querem o apoio na eleição para o Senado.

Rede de proteção
A pedido de Jader Barbalho (PMDB), o depoimento do presidente do Senado à Polícia Federal vai ocorrer hoje na sede de sua emissora de TV, no Pará.

Em campanha
A cúpula do PT considerou "positiva" a visita de Lula a Minas, que reavivou as "caravanas da cidadania". O petista, que insiste em dizer que não decidiu se disputará a sucessão, deve repetir a dose no Nordeste, onde pretende lançar um plano de combate à fome, o "Fome Zero".

No telhado
A crise dos perueiros em Minas pode afastar novamente Célio de Castro de Itamar Franco. A Polícia Militar mineira não está apoiando a Prefeitura de BH com o empenho esperado.

Partido forte
Maluf foi o único cacique do PPB a prestigiar o lançamento da candidatura Delfim Netto à Presidência. Nem o ex-ministro apareceu. Maguila (boxe), Pampa (vôlei) e alguns candidatos nanicos à Prefeitura de SP em 2000 foram as estrelas do dia.

TIROTEIO

Do deputado federal Michel Temer (PMDB-SP), sobre o senador Roberto Requião (PMDB-PR) dizer que a sua candidatura à presidência do partido é "ridícula":
- Ridículo é o Roberto Requião, depois de instalar o disque-Orestes Quércia, lamber as botas do ex-governador em SP.

CONTRAPONTO

Prestígio político
Geraldo Alckmin, então deputado estadual pelo PMDB, recebeu em sua casa, em Pindamonhangaba, a visita de José Goulart, militante da sigla. A pedido de uma eleitora, ele entregou ao deputado uma receita de óculos.
Alckmin, então, enviou um ofício à Secretaria do Bem-Estar Social, no qual pedia que ela fosse atendida. No sábado seguinte, Goulart voltou à casa de Alckmin, que, contudo, não recebera nenhuma resposta da secretaria. A cena se repetiu por cinco meses, mas nada dos óculos.
Após mais uma visita do correligionário, Alckmin, irritado, ligou para a secretaria. Horas depois, os óculos foram entregues em seu gabinete. No sábado seguinte, para surpresa de Alckmin, Goulart reapareceu:
- A mulher, que já enxergava pouco, agora não vê mais nada...
A secretaria enviara, após a bronca do deputado, um par de óculos com o grau errado.



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