DA AGÊNCIA FOLHA, EM POÇOS DE CALDAS

O sul de Minas Gerais está sendo palco, nos últimos dias, de uma disputa por apoio político-eleitoral entre os opositores do governo federal e pré-candidatos ao Planalto Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Itamar Franco (PMDB), governador do Estado, e o presidente Fernando Henrique Cardoso e seus aliados.
Lula, de terça até anteontem, excursionou pela região por conta da crise de energia. FHC liberou ontem em Varginha mais verbas para as obras de duplicação da rodovia Fernão Dias, que liga Minas a São Paulo, preocupado em se contrapor a Itamar.
A questão é que, há quase um mês, o ministro dos Transportes, Eliseu Padilha (PMDB-RS), anunciou a liberação do dinheiro para a obra, que se arrasta desde o início dos anos 90. Para obter dividendos eleitorais, Itamar se apressou e anunciou a verba em uma solenidade no Palácio da Liberdade, informando que a rodovia estará concluída em 2002, às vésperas da eleição.
Os tucanos de Minas se rebelaram e conseguiram transferir a solenidade de liberação dos recursos de Brasília para Varginha, para ofuscar Itamar.
Intrometendo na disputa FHC-Itamar, o PT tenta dar outro enfoque à vinda do presidente à região mineira, que é uma das mais desenvolvidas do país, com 1,6 milhão de eleitores, 12% do total do eleitorado de Minas, o segundo colégio eleitoral do pais. Atribui à presença de Lula, como fez o prefeito petista de Varginha, Mauro Teixeira. "Há muito tempo nossa região não era tão assediada. Tudo isso é só para tirar o brilho da nossa estrela, que é o Lula", disse.
Lula e o PT mineiro consideraram a receptividade que teve a caravana uma "surpresa positiva". No ano passado, o PT conquistou oito prefeituras na região, das 33 que venceu no Estado. (PP)



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