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Em escuta, Berger diz querer atender empresário
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FLORIANÓPOLIS
Em uma das escutas que
constam no relatório da Operação Moeda Verde liberado pela
Justiça, o prefeito Dario Berger
(PSDB) fala com Michel Curi
(PTB), ex-presidente da Câmara Municipal e atual procurador-chefe da Assembléia Legislativa, e afirma que tem "muita
vontade de atender" o empresário Fernando Marcondes de
Mattos, dono do resort Costão
do Santinho.
Curi ligou do celular do ex-vereador Juarez Silveira (sem
partido), que estava sendo monitorado pela Polícia Federal. A
ligação ocorreu às 11h03, no último dia 12 de dezembro.
Berger diz: ""E aí eu pressionei muito pra eles [assessores]
fazerem rapidinho para cumprir esse compromisso [que] eu
tenho com a hotelaria". Em outro trecho, afirma ter ""muita
vontade de atender o doutor
Marcondes [de Mattos]" por
ele ser o dono do ""melhor resort de praia do Brasil [Costão
do Santinho]".
Curi diz que está ao lado de
Mattos e de Silveira "discutindo essa lei". Afirma: ""Na minha
visão, essa lei não ajuda a hotelaria de praia". Berger responde: ""[...] faz a alteração que tem
que fazer [...]. Olha, o que vocês
fizerem aí... inclusive eu disse
pro Juarez, mandei isso assim
no afogadilho porque não foi fácil chegar nesse ponto".
Curi alerta para a necessidade de aprovar a lei até o final de
2006 -a aprovação foi em abril
deste ano. O prefeito responde:
""É. Agora é o seguinte: ele tá
aberto [...] é pra gente fazer alteração que seja necessária pra
atender dentro de um certo
equilíbrio, né?".
Curi comenta que o setor hoteleiro ""já está com água nos
olhos". Berger: ""Mas eu tenho
vontade aí de atender o doutor
Marcondes". Curi diz que vai
estudar um denominador comum, que atenda a todo o setor.
Em conversas com outros interlocutores da equipe de Berger, Silveira diz que aproximou
o prefeito do empresário e
mostra irritação por saber que
quem apanhou os supostos R$
500 mil doados por Mattos à
campanha de Djalma Berger
(PSB-SC) à Câmara dos Deputados não fora ele, Silveira, mas
irmãos do prefeito.
Em 29 de setembro, Silveira
diz a José Nilton Alexandre, secretário da equipe de Berger,
que fora ""lá no norte da ilha [região da praia do Santinho], naquele nosso amigo grande lá", e
sugere -segundo a PF- que
Mattos liberara ""uma jamanta"
para a campanha do deputado
federal.
Segundo relato da PF sobre a
conversa, ""pode-se depreender
dos diálogos que Juarez Silveira solicitou, em troca de seus
préstimos ao empresário [Mattos], vantagem financeira para
ajudar a campanha do irmão do
prefeito a deputado federal. [...]
Após a efetivação da negociata,
retifica a cotação do valor propalando a terceiros, por duas
vezes, dizendo primeiro que o
valor corresponde a uma Mercedes ML e uma C200 e, depois, que tal valor seria de meio
milhão [de reais]".
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