Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CNBB diz que não é responsável por ação de pastorais
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do
Brasil), dom Geraldo Majella Agnelo, diz que é hora de intensificar
as manifestações populares para
pressionar o governo a atender às
reivindicações dos mais pobres.
No entanto, ele ressalta que todas as manifestações devem ser
pacíficas e ordeiras.
Em relação à CPT (Comissão
Pastoral da Terra), que é ligada à
CNBB e apóia invasões de propriedades feitas pelo MST, dom
Geraldo reafirma a autonomia
das pastorais e ressalta que suas
atitudes não refletem a posição
institucional da CNBB.
Folha - Há uma espécie de consenso entre as pastorais de que é
necessário intensificar as manifestações populares para que os pobres ganhem sua fatia num governo marcado pela disputa de interesses. Como o senhor vê isso?
Dom Geraldo Majella Agnelo - A
manifestação do povo é importante na democracia, mas não se
pode aceitar que isso parta para a
violência. Há um desespero por
parte do povo que passa fome e há
quem se aproveite disso para fazer esse tipo de coisa.
Folha - A CNBB acabou de realizar eleições. Já há uma posição institucional em relação ao governo
Lula?
Dom Geraldo - Estamos em compasso de espera. A situação é
complexa e não se pode dizer que
o presidente não está fazendo
mudanças porque não quer. Ele é
idealista e tem uma trajetória de
ter sofrido junto com o povo.
Folha - De qualquer forma, o governo ainda não está conseguindo
priorizar os pobres...
Dom Geraldo - O projeto do governo de combate à pobreza ainda não está tão bem delineado.
Mas tenho fé. Isso vai se resolver.
Folha - A CPT apóia invasões do
MST. Como o senhor vê isso?
Dom Geraldo - As pastorais são
ligadas à CNBB, mas não refletem
a posição e o pensamento oficial
da instituição.
Texto Anterior: Tensão social: Pastorais planejam intensificar protestos Próximo Texto: Publicidade oficial: Lula deve solenizar fala, afirma Lavareda Índice
|