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CASO BANESTADO
Segundo presidente do Itaú, outros banqueiros farão o mesmo
Setubal afirma que vai ao STF contra quebra de sigilo
GUILHERME BARROS
EDITOR DO PAINEL S.A.
O banqueiro Roberto Setubal,
presidente do Banco Itaú, afirmou ontem que irá entrar com
uma medida cautelar no STF (Supremo Tribunal Federal) contra a
CPI do Banestado por ter quebrado o seu sigilo fiscal e de outros diretores do banco.
"Não tenho nenhuma preocupação com a minha declaração à
Receita Federal, mas o que me
deixou indignado foi o fato de não
ter nenhuma razão para essa solicitação da CPI", disse Setubal.
O banqueiro informou que, assim como ele, outros banqueiros e
executivos do mercado financeiro
também seguirão o mesmo caminho e deverão entrar com uma
providência cautelar no STF contra essa medida da CPI.
Não se sabe ainda que tipo de
processo cautelar e se será uma
ação coletiva ou individual. Os
banqueiros e executivos do mercado estão consultando seus departamentos jurídicos para saber
qual seria o melhor procedimento
jurídico no caso.
Quebras
A CPI do Banestado quebrou o
sigilo fiscal de pelo menos 29 pessoas físicas que atuam no mercado financeiro e remeteram dinheiro para fora do país entre
1996 e 2002, em operações realizadas por meio de contas CC5 e registradas no Banco Central.
Entre essas pessoas que tiveram
quebrados seus sigilos fiscais estão alguns dos principais banqueiros do país, como Roberto e
Alfredo Setubal (Itaú), Joseph e
Moise Safra (Safra), Pedro Moreira Salles (Unibanco), Fábio Barbosa (ABN-Amro), Luiz Carlos
Cappi (Bradesco), Bruno Mariani
(BBM) e Paulo Guilherme Lobato
Ribeiro (Alfa).
Assim como Roberto Setubal,
os banqueiros e executivos do
mercado ficaram indignados ao
tomar conhecimento de que tiveram o sigilo fiscal quebrado pela
CPI do Banestado.
De acordo com eles, o que os
deixou indignados foi o fato de a
CPI ter tomado a decisão sem se
preocupar se as operações de remessas de recursos ao exterior
eram legais ou ilegais.
"Houve uma percepção do exagero que foi essa decisão e a tendência é de que seja corrigido",
diz Setubal, que afirma que "todos os bens que remeti para o exterior constam das minhas declarações de renda".
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