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BC SOB PRESSÃO
Ministro rejeita devassa em firmas supostamente ligadas a Meirelles
STF nega quebra de sigilo de empresas
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro do STF (Supremo
Tribunal Federal) Marco Aurélio
de Mello rejeitou o pedido de quebra do sigilo bancário de empresas supostamente controladas pelo presidente do Banco Central,
Henrique Meirelles. A Procuradoria Geral da República já tinha
abrido mão da quebra do sigilo do
próprio Meirelles.
Relator do inquérito criminal
contra o presidente do BC, Marco
Aurélio também enviou os autos
ao procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza, para
que indique os próximos passos
da investigação. Se entender que
já há fortes indícios de prática de
crimes, Antonio Fernando oferecerá denúncia ao STF.
O ex-procurador-geral Claudio
Fonteles tinha solicitado dados de
cinco contas de Meirelles e de empresas supostamente controladas
por ele. Após o presidente do BC
apresentar extratos bancários,
Antonio Fernando ratificou o pedido em relação a duas contas,
mas Marco Aurélio negou.
O ministro considerou precipitado o pedido da Procuradoria
Geral antes da conclusão da primeira etapa da investigação e disse que o seu atendimento poderia
"colocar em risco o sistema bancário nacional, a confiança dos cidadãos nas regras".
Para Marco Aurélio, a quebra
do sigilo bancário representaria
"uma devassa, não deixando pedra sobre pedra no tocante à movimentação bancária que, sob o
manto de presunção de legitimidade, envolveu não só o indiciado, mas pessoas que, assim, teriam a privacidade vasculhada".
Com todos esses documentos,
Antonio Fernando decidirá agora
se pede o aprofundamento do inquérito por meio de novas diligências ou oferece a denúncia.
Não está excluída a possibilidade
de insistir na quebra do sigilo
bancário se considerá-la essencial
na nova etapa da investigação. Ele
disse, por meio de sua assessoria,
que irá analisar a documentação.
O inquérito foi aberto em maio
para apurar as suspeitas de prática de crime eleitoral, remessa de
dinheiro para o exterior e sonegação fiscal, sugeridas pela Procuradoria Geral. Ao instaurá-lo, Marco Aurélio também falou em lavagem de dinheiro. A investigação
está sob segredo de justiça.
Nesses três meses, o ministro
recolheu as declarações de renda
de Meirelles desde 1996 e cópia de
processos administrativos existentes no BC e na Receita Federal
contra ele e as empresas que seriam controladas por ele.
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