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outro lado
Senadores refutam acusações de processos
DA REPORTAGEM LOCAL
Os senadores ouvidos pela
Folha negam as acusações levantadas em processos ou investigações judiciais.
O advogado do senador Fernando Collor (PTB-AL), Fernando Neves, disse que a ação
penal sobre dívida tributária
está trancada e os débitos estão
sendo parcelados. Sobre o processo em que Collor é réu, entre
outros crimes, por corrupção,
diz que é denúncia feita quando
ele era presidente da República
(1990-1992) e que o resultado
será favorável.
O senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO) disse que ele
"apenas é arrolado, junto com
outras 63 pessoas" no inquérito
no STF. "Confio na Justiça do
meu país e estou absolutamente seguro da minha inocência
em relação aos fatos que estão
sendo apurados no inquérito."
A defesa do senador Expedito Júnior (PR-RO), cassado pelo TSE, sustentou que as provas
não são suficientes e que os depoimentos prestados são controversos e devem ser reavaliados. Acusa ainda as testemunhas de receberem de Acir Gurgacz -segundo colocado nas
eleições e que deve assumir a
vaga- gratificação mensal em
retribuição ao depoimento.
A assessoria de Gim Argello
(PTB-DF) disse que a defesa foi
apresentada, que ele não acredita que será denunciado e que
não há nenhuma ação penal,
apenas o inquérito.
O senador Eduardo Azeredo
(PSDB-MG) não respondeu à
Folha. Em outras ocasiões, ele
disse que é incorreto o uso da
palavra mensalão e que o que
houve foi prestação incompleta
de contas eleitorais.
O senador João Ribeiro (PR-TO) diz, sobre os processos por
peculato e formação de quadrilha, que são assuntos antigos e
ainda não teve a oportunidade
de provar sua inocência.
Sobre a acusação de uso de
trabalho escravo, diz que nada
foi provado e que no TRT da 18ª
Região (Pará), a representação
foi transformada em "irregularidade trabalhista" e a multa,
reduzida para R$ 70 mil. "Estou novamente recorrendo da
decisão porque também considero injusta a multa aplicada."
A defesa de Roberto Cavalcanti (PRB-PB) sempre sustentou que seu cliente não pode
ser responsabilizado pelos crimes apontados e que não há
provas contra ele.
O senador Marconi Perillo
(PSDB-GO) disse ser inocente
e atribuiu as ações a rivais políticos. Afirmou que foi acusado
de usar aeronave do governo
durante a campanha, mas que
tem notas provando que alugou
aviões para os trechos.
Em outro caso, disse que seu
nome foi usado indevidamente
por um prefeito, sem nenhuma
participação sua. Em inquérito
sobre contrato irregular de
agência de publicidade, disse
que não era o responsável pelo
gasto -que, mesmo assim, era
legal, segundo ele.
A assessoria do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA) culpou um problema técnico. "A
questão central da acusação
contra o senador Epitácio Cafeteira é um erro formal comum a
quase todos os candidatos das
eleições de 2006: ausência de
individualização dos gastos
com a propaganda eleitoral
gratuita da TV", disse.
Romero Jucá (PMDB-RR),
por meio da assessoria, atribuiu
o fato de os casos ainda estarem
no STF à morosidade da Justiça. Disse que o inquérito por
corrupção eleitoral foi arquivado pelo TSE. No de desvio de
verbas, afirmou ser testemunha. O Supremo avalia se recebe a denúncia.
O senador Renan Calheiros
(PMDB-AL) disse, pela assessoria, que "o único inquérito
que existe fui eu que solicitei".
Ele pediu que fosse investigado
no auge das denúncias que o levaram a renunciar à Presidência do Senado, em 2007.
A assessoria da senadora Katia Abreu (DEM-TO) disse que,
em junho de 2006, a Justiça Federal do Tocantins julgou totalmente improcedente a ação da
Procuradoria sobre crimes ambientais, "reconhecendo a insubsistência de responsabilidade no caso e a ausência de danos". O que existe hoje é um recurso do Ministério Público,
contestado pela senadora.
Arquivamento
No caso de Rosalba Ciarlini
(DEM-RN), o relator do processo no STF propôs arquivamento do caso, que espera votação dos ministros. "Fiz de
boa-fé, para gerar empregos",
disse, sobre obra no estacionamento de supermercado, quando era prefeita de Mossoró.
O advogado de Valdir Raupp
(PMDB-RO), José de Almeida
Jr., disse que "todos os processos são porque ele perdeu a
eleição em 1998, e a oposição
partiu para cima da gente".
Uma das duas ações penais já
teve parecer favorável ao arquivamento. No caso dos três inquéritos, diz que as denúncias
não devem ser acatadas; em um
deles, existem cinco votos a favor de abertura de ação.
A assessoria do senador Wellington Salgado (PMDB-MG)
não respondeu à Folha. Quando o inquérito contra ele foi
aberto, em 2007, ele afirmou
que participava de um programa de refinanciamento de dívidas com o governo, mas que em
determinado momento a sua
adesão foi cancelada. Disse que
nunca deixou de declarar e que
iria se defender judicialmente.
A assessoria de Mauro Fecury (PMDB-AM) disse que ele
doou o imóvel que levou à ação
por danos ao patrimônio, para
que fosse restaurada. Sobre o
INSS, diz que houve acordo e a
dívida está sendo paga.
O senador Mário Couto Filho (PSDB-PA) diz, por meio de
sua assessoria, que "não houve
dolo [intenção]" tanto no caso
da ação penal quanto no do inquérito, ambos por desobediência a ordens para que um
outdoor e uma pintura de muro que faziam propaganda fossem retirados. Afirma que houve acordo de doações de medicamentos.
Adversários
A senadora Maria do Carmo
Alves (DEM-SE) disse, via assessoria, que teve decisões favoráveis no Tribunal de Justiça
de Sergipe e atribuiu os processos no TRE a adversários. O
mesmo argumento de João Vicente Claudino (PTB/ PI).
O senador Flexa Ribeiro
(PSDB-PA) afirmou, pela assessoria, que não pode dar declarações sobre inquérito em
segredo de Justiça, mas que sua
defesa é "consistente".
O senador Jayme Campos
(DEM-MT) disse que um dos
casos trata de uma permuta de
terras que não contou nem sequer com a assinatura, quando
era governador, e que houve exploração política.
Sobre o inquérito que tratava
de licitação, disse que foi para
compra de equipamentos para
uma região que passava por um
surto de malária e que a entrega
caberia ao governo que o sucedeu. "Todo homem público está sujeito às injustiças e às armadilhas malévolas dos adversários", disse.
Não responderam à Folha os
senadores Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), Cícero Lucena
(PSDB-PB), Lobão Filho
(PMDB-MA) e Inácio Arruda
(PC do B-CE).
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