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SOCIAL
Patrus é chamado por Lula após admitir que não controla a contrapartida
Presidente cobra solução para
fiscalização do Bolsa-Família
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva incumbiu o ministro José
Dirceu (Casa Civil) de buscar uma
solução para o impasse sobre a
fiscalização do cumprimento das
condições impostas às famílias
que participam do Bolsa-Família.
Lula ficou contrariado com a repercussão da admissão pelo ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) de que não controla a freqüência escolar de alunos beneficiados pelo programa e
convocou ontem o auxiliar. Na
reunião, segundo a Folha apurou,
o presidente cobrou uma solução
rápida e aconselhou a Patrus mais
cuidado ao falar com a imprensa.
Lula convocou reunião para tratar do tema na próxima semana
sob a coordenação da Casa Civil.
Participarão ainda Patrus e os ministros Tarso Genro (Educação) e
Humberto Costa (Saúde). O objetivo, segundo a Presidência, é
"aprimorar o controle por parte
do governo das condicionalidades estabelecidas no programa".
Questionado se o governo culpa
Estados e municípios por problemas num programa federal, o
porta-voz André Singer disse: "O
Bolsa-Família é um programa federal feito em parceria com Estados e municípios, de modo que o
controle das condicionalidades
envolve uma participação ativa".
O ministro interino da Educação, Fernando Haddad, disse que
Estados e municípios têm dificuldades técnicas para verificar a freqüências das crianças nas escolas.
O titular da pasta está na Europa.
Segundo Haddad, em 2005, começa a ser implementado o sistema eletrônico para verificar a presenças. Anteontem, Genro havia
dito que podia, em menos de um
mês, oferecer os dados dos beneficiados, caso o Ministério do Desenvolvimento Social solicitasse.
Em Nova York, o assessor especial da Presidência Frei Betto disse
que as contrapartidas são "fundamentais" para os programas sociais do governo e que, sem isso,
podem se converter em "assistencialismo ou mera política compensatória". Para fiscalizar, Frei
Betto defendeu que IBGE e Ipea
(Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada) participem da aferição,
mas que os principais responsáveis devem ser os comitês gestores municipais do Fome Zero.
O assessor considera ainda fundamental e democrática a participação da sociedade, e não só do
governo, na tarefa. Segundo ele, a
inviabilidade atual da fiscalização
"é um problema da máquina do
Estado, e não do governo". Frei
Betto estava em Nova York para
conferência da ONU sobre a participação da sociedade na implementação das Metas do Milênio.
Colaborou RAFAEL CARIELLO, de Nova
York
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