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REFORÇO AÉREO
Helicópteros, usados, foram oferecidos; lei dispensa concorrência
Governo estuda compra de
10 Black Hawk sem licitação
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo Lula está estudando
a compra de até dez helicópteros
Black Hawk americanos, usados,
para operações especiais, busca e
salvamento. O negócio foi oferecido pela fabricante Sikorsky. E a
FAB (Força Aérea Brasileira) aceitou estudar a oferta.
É uma mudança grande na conduta das Forças Armadas do país.
Desde 2001, as grandes compras
da FAB foram feitas por meio de
concorrência internacional -é o
caso da licitação F-X, para aquisição de caças supersônicos.
A lei dispensa esse tipo de negócio de licitação por se tratar de assunto de segurança nacional, mas
as concorrências eram abertas para a busca de preços melhores.
Um envelope com a proposta
brasileira foi enviado no início da
semana ao Congresso americano,
onde será avaliada. A FAB não divulga os valores que foram sugeridos, mas afirma que a oferta brasileira leva em conta a versão básica e usada da aeronave.
Caso a proposta brasileira seja
aprovada pelos congressistas
americanos, a FAB terá, então, de
negociar recursos diretamente
com o Ministério da Defesa e o
Palácio do Planalto.
Segundo a Defesa, a compra de
novos helicópteros faz parte do
plano de reaparelhamento das
Forças Armadas, mas não se trata
da prioridade máxima. O F-X,
que está parado, e a modernização em curso dos atuais caças F-5,
estão à frente, por exemplo.
Uma unidade nova e equipada
com mísseis e demais aparatos
militares sai por cerca de US$ 25
milhões. A FAB, no entanto, afirma que a proposta brasileira pelas
aeronaves "não chega nem perto
de seu valor de mercado".
O novo avião presidencial (o
Airbus que irá substituir o Sucatão a partir de 2005) terá um custo
total de US$ 56,7 milhões.
Segundo a assessoria de imprensa da Aeronáutica, a frota da
força de 40 helicópteros UH-1H, o
mais utilizado no dia-a-dia para
busca e salvamento no país, está
condenada a ser desativada a curto prazo. Isso porque os EUA
anunciaram que não irão mais fabricá-lo, o que vai impossibilitar a
reposição de peças.
Os UH-1H, comuns nas guerras
do Vietnã, das Malvinas e Irã-Iraque, estão em uso no Brasil há cerca de 35 anos, sobretudo em operações de busca e salvamento. Ele
tem capacidade para oito pessoas,
contra 35 do Black Hawk.
O Exército brasileiro já possui
quatro Black Hawk, adquiridos
em julho de 1997 diretamente da
empresa americana Sikorsky Export Corporation. Os helicópteros
passaram a operar no país em novembro do mesmo ano.
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