São Paulo, domingo, 10 de setembro de 2006

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Painel

Renata Lo Prete - painel@uol.com.br

Making of

Enquanto alguns sonham com o apoio de Lula a um não-petista daqui a quatro anos, o partido do presidente já se movimenta para a sucessão. Recém-lançada no noticiário, a versão de que Marta Suplicy desponta como nome forte na disputa interna atende a dois objetivos do grupo palaciano. O primeiro é conter Aloizio Mercadante, que sairá cheio de apetite da provável derrota em São Paulo. O segundo, resultante do estímulo à competição Marta x Mercadante, é abrir caminho para a candidatura de Tarso Genro.
O xadrez de 2010 convive com jogo mais imediato, destinado a definir que petistas estarão à mesa com Lula na hora de dividir o bolo do segundo mandato.

Vade retro 1. Outra preocupação dos petistas acomodados no Planalto se chama Antonio Palocci. Para desgosto do grupo, Lula ainda conversa um bocado com seu ex-ministro da Fazenda.

Vade retro 2. Completando a cizânia, também Ricardo Berzoini gostaria de manter Palocci à distância. Candidato a deputado federal como o ex-ministro, o número um do PT entretém a idéia de se tornar presidente da Câmara.

Sonho meu. Pule de dez no ministério do eventual segundo mandato e invariavelmente lembrado para a articulação política, o governador petista Jorge Viana (AC) tem dito que prefere comandar uma pasta da área de gestão ou de infra-estrutura.

Até ele. Enquanto enriquece seu urânio, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, concedeu quatro entrevistas coletivas em um ano de mandato. Luiz Inácio Lula da Silva caminha para completar quatro anos tendo dado apenas uma -e sem direito a réplicas.

Deu nó 1. Pesquisas qualitativas sugerem que o eleitor de Minas enxerga em Geraldo Alckmin uma ameaça ao projeto presidencial do também tucano Aécio Neves.

Deu nó 2. Segundo colégio eleitoral do país, Minas é -considerado o arrastão de Lula no Nordeste- o Estado definidor das chances de Alckmin levar a disputa presidencial para o segundo turno.

Na cabeça 1. O nome de Paulo Maluf (PP) recebeu o maior número de referências espontâneas em pesquisa Ibope sobre intenção de voto para deputado federal em São Paulo. Para estadual, o nome mais mencionado foi o de Campos Machado (PTB).

Na cabeça 2. Entre os candidatos a federal, o tucano mais citado foi Emanuel Fernandes, ex-prefeito de São José dos Campos e ex-secretário da Habitação de Alckmin. A petista foi Telma de Souza, ex-prefeita de Santos.

Debutante. Fernando Coelho Filho (PSB), mais novo membro da oligarquia que domina a política em Petrolina (PE), virou bicho-papão de votos para deputado. Ameaça tomar a vaga de correligionários como Gonzaga Patriota.

Freio. Depois de encurtar a tramitação do projeto que permite importar pneus usados, alvo do maior lobby em ação no Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL) recuou e incluiu a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado no caminho da proposta.

Meio mozarela... Na terça, a Mesa da Câmara deve adotar saída intermediária para a farra dos cargos de natureza especial, ocupados por funcionários que deveriam trabalhar na estrutura da Casa, mas na prática engordam a assessoria de deputados.

...meio aliche. Aldo Rebelo (PC do B-SP) exigirá que os funcionários batam ponto em Brasília, atuando na Mesa, lideranças ou comissões. Apenas cerca de 300, entre 2 mil, devem ser demitidos de cara. Segundo levantamento da Câmara, eles trabalham para cerca de 150 deputados.

Tiroteio

As teses de FHC não têm audiência no Brasil real, que está em outro debate. Por isso Lula lidera, para desespero dos tucanos.


Do candidato do PSB ao governo de Pernambuco, EDUARDO CAMPOS , sobre o manifesto de Fernando Henrique aos eleitores do PSDB.

Contraponto

Diga "xis"

Encerrada a votação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, José Carlos Aleluia (PFL-BA) dava entrevista quando foi abordado por um senhor de traços orientais:
-Deputado, queria cumprimentá-lo pela aprovação da lei- saudou o homem, todo simpático.
O líder da minoria agradeceu e ainda concordou em tirar uma foto. Quando o homem se foi, porém, Aleluia teve uma luz e perguntou a seu assessor:
-Ih! Não me diga que esse aí é o que paga as contas!
Segurando o riso, o assessor confirmou: Aleluia acabara de posar ao lado do presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, alvo preferencial dos ataques de seu partido.


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