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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Alckmin se nega a falar sobre caso Azeredo
"Ontem estive na BR-316 e vi estado de abandono", responde tucano ao ser questionado sobre críticas de FHC à ação do PSDB no caso
Tasso, que fez campanha com candidato ontem no Ceará, diz que a carta do
ex-presidente é o "desabafo de um grande homem"
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CASCAVEL (CE)
O candidato à Presidência
Geraldo Alckmin (PSDB) preferiu falar da má conservação
das estradas do Maranhão
quando questionado sobre o
trecho da carta do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso
em que cita a falta de reação do
PSDB quando veio à tona o envolvimento do ex-governador
tucano Eduardo Azeredo (MG)
no caso do "valerioduto".
Ignorando a pergunta sobre
o impacto do mea-culpa de Fernando Henrique, o candidato
respondeu: "Queria destacar
também que ontem estive no
Maranhão, percorrendo a BR-316, estrada importantíssima
para o interior do Nordeste, e vi
um estado de abandono". Alckmin fez ontem caminhada pela
feira de Cascavel, no Ceará
(cerca de 100 km de Fortaleza).
O tucano disse ter interpretado a carta como uma forma
de o ex-presidente se indignar
contra a corrupção. "É uma
carta mostrando para o Brasil
que infelizmente nós temos um
presidente enganador."
Para o senador Tasso Jereissati, presidente do PSDB, não
há crise no partido e a carta de
Fernando Henrique é "um desabafo de um grande homem
diante da crise". Na carta, o ex-presidente afirma que o PSDB
errou ao permanecer calado e
"tapar o sol com a peneira no
caso do senador Azeredo".
Tasso fez ressalvas a trechos
da carta. Disse que não se pode
afirmar que o PSDB errou ao
não evidenciar com mais força
as denúncias contra Lula.
Alckmin não foi recebido pelo candidato do PSDB ao governo do Ceará, Lúcio Alcântara,
que tem preferido exaltar sua
proximidade com Lula a pedir
votos ao colega. O governador
tucano mostrou cenas do presidente no programa de TV.
Cartilhas
À noite, em Quixeramobim
(220 km de Fortaleza), Alckmin classificou de "roubo" a
impressão de quase dois milhões de cartilhas, que teriam
sido pagas com recursos da Secretaria de Comunicação da
Presidência (Secom) e distribuídas por diretórios do PT.
Reportagem da revista "Veja" desta semana revela que o
Tribunal de Contas da União
recebeu recentemente do governo explicações pendentes
sobre a falta de comprovação
de R$ 11 milhões em gastos da
Secom. O TCU suspeitava de
superfaturamento na confecção de cartilhas e revistas com
propagandas de governo. Agora, a Secom informou, segundo
a revista, que as cartilhas foram
encaminhadas por agências de
publicidade a diretórios do PT.
"Não é brincadeira, são R$ 11
milhões. É uma corrupção
atrás da outra", disse Alckmin.
Tasso atacou diretamente Lula.
"Todo dia tem roubo desse homem. Ele continua fingindo
que não sabe de nada."
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