Campanha de Lula chama viagem de Alckmin à BR-316 de demagógica, e tucanos atacam governo por situação da rodovia

Em seu programa, o tucano diz que "até mato cresceu dentro do buraco" e afirma que a situação da estrada "não é um caso isolado"

MARCELA CAMPOS
DA REDAÇÃO

Uma reportagem sobre as condições da BR-316 foi o tema do primeiro duelo na TV entre os presidenciáveis Geraldo Alckmin (PSDB) e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no horário eleitoral de ontem à noite. Líder nas pesquisas, o petista acusou Alckmin de demagogia. Já o tucano criticou o "descaso" e o "abandono" das estradas na gestão de Lula.
Na quinta, o "Jornal Nacional" da TV Globo desafiou os candidatos a percorrerem trechos da rodovia, no interior do Maranhão. Na sexta, Alckmin cancelou compromissos para interceptar a caravana do "JN" e gravar programa no local.
Ontem, em forma de "nota de esclarecimento", a locutora do petista usou reportagem da Folha para mostrar que o tucano fretou helicóptero para alcançar a equipe do "JN". E disparou: "Essa atitude (...) é a prova de que a demagogia é uma praga difícil de ser eliminada da política brasileira". O trecho da estrada, acrescentou, "estava sem restauração há 17 anos, inclusive nos oito anos do PSDB, que abandonou estradas, hospitais e enfraqueceu a economia". O programa atacou ainda a gestão de Alckmin em SP e o acusou de privatizar estradas "de forma equivocada" e cobrar "pedágios altíssimos".
No programa de Alckmin, o apresentador disse que a reportagem do "JN" mostrou o "descaso do governo Lula" e que o candidato foi ao local "conversar com moradores desse Brasil esquecido que nunca recebeu a visita do atual presidente". Alckmin, diferente de Lula, aparece pessoalmente atacando o rival. [A rodovia está] "tão abandonada, que até o mato cresceu dentro do buraco", diz ele, de dentro de uma cractera. O candidato afirma que "não é um caso isolado" e mostra imagens de estradas mal conservadas de outros Estados.
O "JN" de ontem exibiu comentário de Lula sobre a estrada: "foi licitada em abril de 2006. Faz parte da operação que tomamos em janeiro [tapa-buraco]. Lamentavelmente, demorou para começar a obra, mas fui informado de que tem 120 pessoas trabalhando."


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