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OUTRO LADO
Assessor diz que segurança explica gastos do Estado
DO PAINEL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
O superintendente de Apoio
Operacional de Mato Grosso
do Sul, Antonio Carlos Ratier,
que assina os relatórios de despesas do governador Zeca do
PT, disse que todas as despesas
e as contas do governo sul-matogrossense de 1999 e 2000 foram aprovadas pelo Tribunal
de Contas do Estado (TCE).
Ele afirmou que os gastos
com o governador são altos
"para dar agilidade e, principalmente, segurança" às viagens. "O governador tem uma
agenda apertada, não pode ir a
Brasília num horário de vôo da
promoção da Varig nem pegar
um ônibus", afirmou.
De acordo com Ratier, Zeca
aumentou consideravelmente
os gastos com segurança depois do assassinato da prefeita
de Mundo Novo, Dorcelina Folador (PT), em 99.
Sobre as despesas residenciais, Ratier disse que o custo
está dentro do preço de mercado. Ele disse ainda que Zeca,
que mora em residência particular, não tem as contas de casa
pagas pelo governo, apesar de
ter esse direito. O superintendente também disse que "errou" ao não especificar melhor
as despesas com o governador,
mas admite que não há gastos
com pessoal, já que a segurança
e o cerimonial são feitos por
funcionários públicos.
A Agência Folha procurou
durante todo o dia o secretário
de Governo, Ben-Hur Ferreira,
mas ele não respondeu aos recados. Ele é o responsável pelos
relatórios de prestação de contas. A reportagem também tentou falar com Zeca do PT ontem, mas não foi atendida.
O secretário de Segurança
Pública, Almir Paixão, afirmou
que todos os Estados gastam
com serviço secreto da polícia.
Ele disse que não saberia dizer "de cabeça" se os gastos
com informantes chegaram a
R$ 435 mil, mas afirmou que
todas as despesas foram aprovadas pelo TCE em sessão secreta. Ele alegou ainda que os
gastos dos relatórios obtidos
pela Folha são anteriores à sua
entrada na secretaria.
Paixão disse também que os
informantes atuam misturados
aos sem-terra para que a polícia aja "de forma preventiva,
para evitar conflitos".
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