São Paulo, quarta-feira, 10 de outubro de 2001

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OUTRO LADO

Assessor diz que segurança explica gastos do Estado

DO PAINEL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

O superintendente de Apoio Operacional de Mato Grosso do Sul, Antonio Carlos Ratier, que assina os relatórios de despesas do governador Zeca do PT, disse que todas as despesas e as contas do governo sul-matogrossense de 1999 e 2000 foram aprovadas pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Ele afirmou que os gastos com o governador são altos "para dar agilidade e, principalmente, segurança" às viagens. "O governador tem uma agenda apertada, não pode ir a Brasília num horário de vôo da promoção da Varig nem pegar um ônibus", afirmou.
De acordo com Ratier, Zeca aumentou consideravelmente os gastos com segurança depois do assassinato da prefeita de Mundo Novo, Dorcelina Folador (PT), em 99.
Sobre as despesas residenciais, Ratier disse que o custo está dentro do preço de mercado. Ele disse ainda que Zeca, que mora em residência particular, não tem as contas de casa pagas pelo governo, apesar de ter esse direito. O superintendente também disse que "errou" ao não especificar melhor as despesas com o governador, mas admite que não há gastos com pessoal, já que a segurança e o cerimonial são feitos por funcionários públicos.
A Agência Folha procurou durante todo o dia o secretário de Governo, Ben-Hur Ferreira, mas ele não respondeu aos recados. Ele é o responsável pelos relatórios de prestação de contas. A reportagem também tentou falar com Zeca do PT ontem, mas não foi atendida.
O secretário de Segurança Pública, Almir Paixão, afirmou que todos os Estados gastam com serviço secreto da polícia.
Ele disse que não saberia dizer "de cabeça" se os gastos com informantes chegaram a R$ 435 mil, mas afirmou que todas as despesas foram aprovadas pelo TCE em sessão secreta. Ele alegou ainda que os gastos dos relatórios obtidos pela Folha são anteriores à sua entrada na secretaria.
Paixão disse também que os informantes atuam misturados aos sem-terra para que a polícia aja "de forma preventiva, para evitar conflitos".


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